15/09/2016 - 17:59
Se um pássaro entra de forma inesperada na pista de uma competição de ciclismo em plena Olimpíada e Paralimpíada do Rio de Janeiro e é acidentalmente atropelado, o que vai acontecer com ele? A organização dos Jogos não descuidou dessa possibilidade e encarregou o Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras) da Universidade Estácio de Sá, localizado no campus Vargem Pequena (região oeste do Rio de Janeiro), de fazer o atendimento dos animais silvestres que sejam eventualmente feridos durante a realização das provas olímpicas. Apoiadora oficial do evento, a Estácio também é a primeira instituição de ensino a capacitar voluntários e força de trabalho para os Jogos.
“Algumas competições serão realizadas em áreas com vegetação densa, o que propicia a ocorrência de animais silvestres, como a Floresta da Tijuca, Deodoro e o Campo Olímpico de Golfe, na Barra da Tijuca”, observa Jeferson Pires, veterinário responsável pelos tratamentos realizados no Cras. “Em uma competição de ciclismo, por exemplo, um pássaro pode invadir a pista e ser atropelado.”
Única instituição da capital fluminense autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a cuidar de animais silvestres, o centro da Estácio recebe a cada ano cerca de 2.500 espécimes, vítimas de atropelamentos, tiros, maus-tratos, acidentes e até mesmo fenômenos climáticos.
O Cras está recebendo investimentos para ampliar a capacidade de atendimento, um benefício que não se limitará ao período olímpico – ele vai produzir um legado para professores, alunos e a comunidade em geral. A unidade Vargem Pequena da Estácio, que possui um prestigiado curso de veterinária, já atende a diversos casos a pedido da prefeitura carioca e da iniciativa privada. Por lei, todo projeto que envolve impacto ambiental deve ter garantias de assistência desse tipo, o que resulta em muitas parcerias entre empresas e o campus. M