05/11/2021 - 9:34
As fêmeas de tentilhões-zebra são exigentes, mas flexíveis quando se trata de encontrar um parceiro. Isso lhes permite evitar os custos de serem muito seletivas quando a competição por machos é alta, relatou Wolfgang Forstmeier, do Instituto Max Planck de Ornitologia (Alemanha), e colegas em um estudo publicado na revista de acesso aberto PLOS Biology.
Acredita-se que as preferências de acasalamento das fêmeas conduzam a seleção sexual de machos, mas as fêmeas excessivamente exigentes correm o risco de perder um parceiro quando a competição pelos machos preferidos é intensa. Para investigar os custos de adaptação da escolha feminina, os pesquisadores estudaram quatro populações em cativeiro de tentilhões-zebra (Taeniopygia guttata), uma espécie monogâmica com dialetos de canto regional, em que as fêmeas preferem acasalar com machos do mesmo dialeto.
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As aves foram alojadas em 10 aviários, cada um com 12 fêmeas e 12 machos da mesma população genética, mas dialetos diferentes. Em cada aviário, dois dialetos de canto foram representados em uma proporção de 2:1, de modo que quatro fêmeas pudessem escolher entre oito machos com o mesmo dialeto de canto (competição relaxada), enquanto as outras oito fêmeas tiveram de competir por quatro machos preferidos (alta competição).
Flexibilidade comportamental
Os pesquisadores descobriram que enquanto 31% das fêmeas experimentando alta competição escolheram acasalar com um macho de um dialeto diferente, 26% se recusaram a ceder e permaneceram sem par durante todo o experimento. No entanto, essas fêmeas “tímidas” produziram o mesmo número de filhotes bem-sucedidos que pares reprodutores, em média, porque eram capazes de usar estratégias reprodutivas alternativas, como enfiar seus ovos nos ninhos de casais bem-sucedidos.
O estudo é o primeiro a quantificar os custos do condicionamento físico para as fêmeas por serem exigentes demais. Ao ajudar a superar esses custos, a flexibilidade comportamental pode facilitar a evolução da escolha das fêmeas e da seleção sexual dos machos em espécies monogâmicas, afirmam os autores.
Forstmeier observou: “Nosso estudo pergunta como as fêmeas lidam com a situação em que suas preferências de parceiro são difíceis de satisfazer. A resposta é: com mais sucesso do que esperávamos”.