26/01/2022 - 12:10
Pesquisadores poloneses do Projeto Múmia de Varsóvia, que revelaram em artigo divulgado em abril de 2021 que a múmia de uma mulher do Antigo Egito estava grávida, anunciaram no início de 2022 novas informações sobre o caso. As conclusões foram publicadas online na revista Journal of Archaeological Science.
A múmia da “Senhora Misteriosa” – por enquanto, o único caso conhecido de uma grávida embalsamada – foi retirada do Egito em 1826. Integrante da comunidade tebana, a mulher foi mumificada cuidadosamente e adornada com amuletos há mais de 2 mil anos. Os pesquisadores calcularam que, quando ela morreu, tinha entre 20 e 30 anos de idade; seu feto contava entre 26 e 30 semanas.
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Útero imaculado
Segundo os pesquisadores, a mulher não morreu no parto. Ela foi preservada com natrão, um tipo de sal encontrado em leitos de lagos secos. Usado na mumificação de cadáveres, o natrão não apenas seca o corpo como também funciona como desinfetante, impedindo que as bactérias comam os restos mortais. Como as pessoas que mumificaram os restos mortais não tocaram no feto, o útero permaneceu imaculado.
O quadro geral fez com que os níveis de pH do sangue caíram, o que tornou o sangue do feto mais ácido conforme as concentrações de amônia e ácido fórmico aumentaram. Com isso, os ossos foram mineralizados. Como o útero permaneceu hermeticamente fechado, o feto foi conservado, preservado com sua mãe.
Ainda não se sabe por que os mumificadores optaram por manter o feto no corpo, uma vez que todos os outros órgãos foram removidos na mumificação. Segundo os pesquisadores, a “Senhora Misteriosa” guarda outros segredos a serem revelados.