01/07/2025 - 16:01
Há muito anos, a teoria do Big Bang é imaculada como explicação geral da origem do universo, no que seria uma explosão cósmica ocorrida há 13,8 bilhões de anos. Porém, com os avanços científicos, novas hipóteses sugerem que esse evento poder não ter sido o começo absoluto, mas a transição para uma história cósmica mais profunda e extensa.
A lacuna é que a teoria do Big Bang não aborda o que teria acontecido antes da explosão. Segundo explica a relatividade geral, mesmo retrocedendo muito no tempo, as equações indicam fator de singularidade, então os pontos de densidade e temperatura são infinitos. Mas o que esses “infinitos” evidenciam são os limites das teorias atuais, que abrem espaço para novas abordagens.
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Principais hipóteses
Hipóteses derivadas da gravidade quântica – de forma a tentar combinar relatividade com mecânica quântica – fazem parte da exploração dos especialistas. Uma das principais propostas, chamada de “gravidade quântica em loop”, sugere que o universo atravessou por uma fase de contração antes de iniciar a expansão atual.
Isso mudaria a visão do Big Bang como início de tudo e passaria a encará-lo como ponto de reviravolta para uma nova etapa cósmica.
Outras abordagens, como a “cosmologia cíclica conforme”, de Roger Penrose, já acreditam que o universo costuma passar por intermináveis ciclos de nascimento e morte. Mesmo que nenhum resultado conclusivo tenha sido emitido, a radiação cósmica no fundo do espaço pode esconder um registro desses eventos.
Ficção científica ou realidade?
Existem interpretações da física quântica que questionam até mesmo a existência do tempo como algo fundamental. Pesquisadores como Julian Barbour defendem que o temo pode ser apenas uma ilusão em constante desenvolvimento – ou seja, um efeito de mudança, não um pano de fundo fixo.
Outra hipótese fora do convencional é a de que o universo seja apenas uma bolha em um multiverso em que múltiplos universos coexistem com diferentes princípios físicos.
Apesar das diversas teorias e possibilidades que se abrem, a explicação do que existiria antes do Big Bang – e o porquê de tudo – não deve estar apenas dentro da ciência habitual, mas nas fronteiras da física, filosofia e metafísica.
Atualmente, com equipamentos como Telescópio James Webb e futuros detectores de ondas gravitacionais, cientistas esperam achar evidências que ajudem a entender mais sobre a existência do universo – e, consequentemente, dos próprios humanos.