29/12/2022 - 8:11
Dois terços do território da Rússia são cobertos por permafrost, camada de solo que permanece congelada até mesmo no verão do Ártico. Esse tipo de terreno, no entanto, não elimina o risco de incêndios, um problema bem mais frequente em florestas tropicais e savanas de regiões com clima mais quente.
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Com o Ártico esquentando a uma velocidade quatro vezes maior que a do resto do planeta, os incêndios na Sibéria atingiram em 2019 e 2020 uma área de 4,7 milhões de hectares de turfa, a vegetação rasteira do permafrost – o ano de 2020 registrou o verão mais quente na região em quatro décadas.
Crescimento exponencial
Usando imagens de satélite, o grupo liderado pelo especialista em sensoriamento remoto Adrià Descals, do Conselho Espanhol para Pesquisa Científica (CSIC), concluiu que a área total queimada naqueles dois anos corresponde a 44% de tudo o que foi afetado pelo fogo na Sibéria desde 1982 (Science, 3 de novembro). Segundo o grupo, os incêndios no permafrost siberiano devem crescer de forma exponencial até meados do século.
As queimadas de 2019 e 2020 na região lançaram 413 milhões de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera.
* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.