18/12/2019 - 8:58
A água-viva vermelha no céu da foto é um sprite vermelho único no alto de uma tempestade nas planícies do sul dos Estados Unidos.
Captados nas primeiras horas de 21 de outubro pelo fotógrafo de natureza Paul Smith, sprites (na tradução literal, “duendes”) vermelhos, junto com jatos azuis e elves (na tradução literal, “elfos”), são eventos luminosos transientes – descargas elétricas indescritíveis na atmosfera superior difíceis de estudar porque ocorrem durante tempestades e se propagam para o espaço.
“Houve alguns eventos muito fortes e muitos sprites dançantes à medida que as tempestades se desenvolveram”, disse Smith. “Fiquei muito surpreso ao capturar alguns reflexos muito brilhantes no lago de onde estava fotografando. Fiquei fora até de madrugada e cheguei em casa às 5h00, mas valeu a pena!” A foto foi tirada em Lake Acadia, Oklahoma.
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Avistamentos desses fenômenos ópticos indescritíveis de alta altitude eram baseados em boatos e pareciam estar ligados a tempestades. As primeiras imagens de sprites vermelhos foram obtidas cerca de 30 anos atrás. A comunidade científica ficou intrigada e queria aprender mais, levando à criação de um observatório que agora está a bordo da Estação Espacial Internacional.
Dados disponibilizados
Chamado de Monitor de Interações Atmosfera-Espaço, ou ASIM, na sigla em inglês, o conjunto de instrumentos inclui câmeras ópticas e fotômetros para capturar sprites vermelhos e outros eventos luminosos de alta altitude, além de raios. O ASIM também carrega um detector de raios gama para estudar os chamados Flashes de raios Gama Terrestres (TGFs, na sigla em inglês).
Todos esses instrumentos são montados juntos fora do módulo europeu Columbus e olham para baixo, em direção à Terra. A combinação de detectores ópticos e de raios gama na mesma carga útil permite descrever os processos de raios que levam a emissões de TGF. O ASIM fornece a mais alta resolução espacial e temporal de todos os tempos para o estudo da atividade elétrica ligada a tempestades. Novos dados do ASIM melhorarão nossa compreensão do efeito das tempestades na atmosfera e, assim, contribuirão para modelos climáticos mais precisos.
Os dados que o ASIM está gerando foram disponibilizados ao público pela primeira vez e podem ser consultados no ASIM Science Data Center. Um artigo recente também foi publicado na revista “Science”.