24/08/2022 - 12:51
Trocar o carro por uma bicicleta elétrica pode parecer mais interessante na França a partir do aumento no subsídio fornecido pelo governo do país, segundo o jornal The Times. A partir de agosto, quem troca um automóvel movido a gasolina por e-bikes recebe até € 4 mil (cerca de R$ 20.300,00). A quantia é um incentivo à troca de meios de transporte poluentes por opções ecologicamente mais limpas.
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O teto do subsídio está dirigido a pessoas de famílias de baixa renda habitantes de áreas urbanas de baixa emissão que comercializarem seus carros. (Bicicletas tradicionais não motorizadas também se qualificam para o incentivo.) Cidadãos franceses de faixas de renda mais altas também podem reivindicar subsídios, mas em quantias menores.
Criado em 2021, o subsídio foi reajustado recentemente para a França se aproximar de países vizinhos incentivadores do uso de bicicletas, como Holanda, Dinamarca e Alemanha. A meta do governo francês é fazer com que 9% da população do país mude para bicicletas até 2024 – hoje, o índice é de apenas 3%. A título de comparação, a Holanda (país basicamente plano, vale lembrar) atingiu 27% nessa área.
Inspiração lituana
A iniciativa francesa é inspirada em um programa muito bem-sucedido da Lituânia. Nesse país báltico, após venderem seu veículo antigo, os cidadãos se qualificam para um subsídio de até € 1 mil (pouco mais de R$ 5 mil) destinado à compra de uma alternativa não usada entre bicicleta elétrica, scooter, ciclomotor, motocicleta – ou até de créditos de transporte público.
As intenções da França em restringir a poluição originária dos transportes não se limitam a subsídios individuais. O governo anunciou um investimento de € 250 milhões (cerca de R$ 1,27 bilhão) para tornar Paris totalmente amigável aos ciclistas. A prefeita da cidade, Anne Hidalgo, foi reeleita em 2021 com a promessa de adicionar mais 130 quilômetros de ciclovias seguras nos próximos cinco anos.
Os jatos particulares também entraram na alça de mira das autoridades francesas. O ministro dos Transportes do país, Clément Beaune, defendeu a criação de novas regras para restringir o uso desses aviões nos céus da União Europeia. Em entrevista ao jornal Le Parisien, Beaune declarou: “Sem recorrer à demagogia ou lançar ataques aleatórios, há alguns comportamentos que não são mais aceitáveis. Acho que devemos agir para regular os voos de jatos particulares”.