Governos da Síria e do Irã acusam Israel de bombardear consulado iraniano em Damasco. Segundo Teerã, ação matou general da Guarda Revolucionária iraniana.As autoridades da Síria e do Irã acusaram Israel nesta segunda-feira (01/04) de executar um ataque que destruiu o consulado iraniano em Damasco, deixando oito mortos, entre eles Mohamad Reza Zahedi, um general da Guarda Revolucionária iraniana.

“Por volta das 17h de hoje (horário local, 11h de Brasília), o inimigo israelense realizou uma ofensiva aérea contra o prédio do consulado iraniano em Damasco”, disse uma fonte militar não identificada à agência de notícias estatal síria Sana.

Segundo a agência, o ataque “destruiu completamente o edifício e afetou todos os que se encontravam no seu interior, resultando em mortos e feridos”, sem dar mais detalhes.

Veículos comunicação oficiais iranianos, por sua vez, identificaram Zahedi como um dos mortos no ataque, que não foi reivindicado por Israel, como é habitual quando se trata de bombardeios israelenses contra território sírio. O jornal americano New York Times apontou que autoridades de Israel confirmaram, sob anonimato, que o país de fato executou o ataque.

“O regime sionista (Israel) atua contra as leis internacionais, motivo pelo qual receberá uma dura resposta da nossa parte”, afirmou em Damasco o embaixador do Irã na Síria, Hossein Akbari. O diplomata testemunhou da janela da embaixada iraniana o ataque contra o consulado, que, segundo ele, foi realizado com caças F-35 que dispararam seis mísseis contra instalações iranianas.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian, classificou o ataque ao consulado como “uma violação de todas as obrigações e convenções internacionais”. “Enfatizo a necessidade de uma resposta séria da comunidade internacional a tais ações criminosas”, disse Abdollahian em um pronunciamento conjunto com seu homólogo sírio, Faisal Mekdad.

Outro general foi morto em dezembro

O Irã tem sido um aliado crucial de Damasco na guerra civil na Síria, para onde Teerã enviou soldados e conselheiros militares, bem como forneceu apoio econômico e político ao seu principal aliado no Oriente Médio.

Em dezembro, outro general da Guarda Revolucionária do Irã foi morto em um ataque na Síria. Na ocasião, o regime fundamentalista de Teerã também acusou Israel de executar o ataque e prometeu fazer o país “pagar” pelo que classificou de crime”.

À época, a mídia estatal iraniana apontou que o general em questão, chamado Razi Moussavi, era “um dos conselheiros mais experientes” da Força Quds, uma unidade especial da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC). Moussavi também havia colaborado no passado com o general Qassem Soleimani, antigo comandante da Força Quds, que foi morto em Bagdá em um ataque de drone executado pelos EUA em 2020.

Na última sexta-feira (29/03), Israel também foi acusada pela Síria e o Irã de realizar um de seus ataques mais mortais em meses contra a província de Aleppo, no norte da Síria. Na ocasião, ao menos 50 soldados sírios e combatentes do grupo Hisbolá (apoiado pelo Irã) morreram, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

jps (EFE, ots)