Novas imagens de satélite revelam dimensão dos estragos causados por semanas de intensos bombardeios russos na cidade portuária ucraniana de grande importância estratégica.Imagens atualizadas de satélite disponibilizadas pelo Goggle Maps nesta sexta-feira (28/04) revelaram a extensão da destruição causada por bombardeios russos em Mariupol, na Ucrânia, assim como as tentativas de Moscou de eliminar as provas da devastação causada por seus ataques à cidade portuária.

Mariupol foi impiedosamente bombardeada por mais de 80 dias durante a uma ofensiva brutal russas para tomar a cidade portuária considerada de grande importância estratégica.

Pouco depois do início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, as forças de Moscou cortaram o abastecimento de eletricidade, água e gás. As tropas invasoras impuseram um cerco à cidade e deram início a bombardeios incessantes. Nas semanas seguintes, bairros inteiros ficaram inabitáveis e as rotas para deixar a cidade foram fechadas.

Mais de mil habitantes buscaram abrigo num teatro que acabou sendo bombardeado e transformado em ruínas. Os ocupantes pintaram em letras grandes, no chão diante do edifício, a palavra russa Deti (crianças), o que não impediu um ataque aéreo. Em 16 de março de 2022, os russos bombardearam o teatro. As diferentes estimativas oscilam entre 300 e 600 mortos.

A ONG Anistia Internacional condenou o incidente como crime de guerra. Em dezembro, a Rússia começou a demolir o que restou do teatro, sendo acusada pelas autoridades ucranianas de tentar encobrir suas violações.

Depois do bombardeio do teatro, um ataque a uma maternidade gerou nova onda de repúdio. As imagens de mulheres grávidas ensanguentadas correram o mundo e se tornaram símbolo da brutalidade da guerra.

Cidade em ruínas

Em meados de abril de 2022, as tropas ucranianas em Mariupol receberam ordens para se reagrupar no grande complexo siderúrgico Azovstal. Funcionários e suas famílias também se abrigaram no local, onde se tornaram alvos de intensos bombardeios durante semanas.

Em meio a escassez de água e alimentos, o drama dos ucranianos no Azovstal ganhou atenção internacional. Em 1º de maio, a ONU e a Cruz Vermelha intermediaram um acordo que permitiu que os civis deixassem a usina. Duas semanas mais tarde, as tropas ucranianas receberem ordens para se render.

No total, 2.439 combatentes se entregaram às forças russas do lado de fora da usina. Assim, Mariupol finalmente era tomada pelo invasor. Segundo uma avaliação, 46% dos edifícios da cidade de 400 mil habitantes foram destruídos ou danificados.

A ONU calcula que 90% dos prédios residenciais foram tornados inabitáveis. Os subúrbios da cidade tampouco foram poupados, com as imagens de satélite mostrando a vasta extensão dos danos em áreas residenciais.

A agência de notícias Associated Press afirma que ao menos 10 mil novas covas estão espalhadas pela cidade O total dos mortos em Mariupol é estimado em 25 mil.

rc/av (ots)