Ataques com misseis por tropas de Assad deixam no mínimo nove mortos e 70 feridos em reduto rebelde Idlib. Consta que militares sírios tiveram apoio russo. Ofensiva constitui violação de cessar-fogo fechado em 2020.As Forças Armadas do governo da Síria bombardearam neste domingo (06/11) barracas que abrigavam famílias desalojadas de redutos rebeldes da província de Idlib, no noroeste, causando pelo menos nove mortes e ferindo dezenas. As facções opositoras teriam retaliado com artilharia e mísseis contra posições do governo.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado no Reino Unido, as tropas do ditador Bashal al Assad dispararam cerca de 30 mísseis contra áreas sob controle dos rebeldes, inclusive o acampamento Maram. Entre os mortos estão três crianças e uma mulher.

A oposicionista Defesa Civil Síria, conhecida como Capacetes Brancos, também registrou nove mortos e pelo menos 70 feridos. Imagens do campo de refugiados mostram barracas dilaceradas e destroços de mísseis e manchas de sangue pelo chão.

A estação de rádio pró-governo Sham FM noticiou que o Exército sírio atacara postos do Hayat Tahrir al-Sham, o grupo militante mais poderoso de Idlib, ligado à Al Qaeda. Aviões de guerra sírios e russos também teriam bombardeado as áreas.

Centenas de milhares de mortes em 11 anos

Desencadeada em março de 2011, a guerra civil síria já fez centenas de milhares de vítimas civis, desalojou a metade da população do país (23 milhões antes da guerra) e destruiu amplas áreas.

No conflito, a Rússia e o Irã estão do lado das tropas do presidente Assad, enquanto a Turquia apoia as forças de oposição. A província de Idlib, último reduto dos rebeldes, tem cerca de 3 milhões de habitantes, cerca da metade dos quais, desalojados.

O bombardeio é a mais recente violação do cessar-fogo de março de 2020 entre a Rússia e a Turquia, que deu fim à ofensiva do governo da Síria sob apoio russo na região.

av (AP,AFP,DPA)