Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, apontaram por meio de um estudo publicado em abril deste ano que extravasar a raiva de forma agressiva pode, ao invés de ajudar a conter a sensação, exacerbar a emoção a longo prazo. A pesquisa analisou 10.189 participantes de diferentes idades, gêneros, culturas e etnias.

De acordo com o estudo, não há evidência científica de que extravasar a raiva possa reduzir a sensação e o jeito certo de lidar com a emoção é refletindo e praticando atividades físicas que reduzem a agitação.

A pesquisa foi inspirada pela popularidade das “rage rooms”, locais em que pessoas vão para quebrar coisas e aliviar o estresse. As informações são do “Science Alert”.

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A ideia de gritar ou quebrar coisas para “liberar” raiva é muito difundida, mas não possui embasamento científico. “Apesar do que diz o conhecimento popular, até mesmo praticar corrida não é uma estratégia eficiente porque aumenta a agitação e acaba sendo contraprodutivo”, explicou o coautor da pesquisa Brad Bushman, quando os resultados foram publicados em abril.

Segundo a pesquisa, extravasar a raiva com exercícios pesados ou com desabafos pode trazer benefícios à saúde, mas não aliviar o humor.

Conforme a pesquisadora Sophie Kjaervik, cientista de comunicação da Universidade Commonwealth Virginia, nos EUA, reduzir a agitação física é muito importante. “Foi muito interessante ver que o relaxamento muscular progressivo e em geral é tão eficaz quanto a meditação”, comentou a mulher.

No estudo, foram analisados os impactos da prática de atividades como boxe, ciclismo, meditação, ioga e respirar profundamente. Esportes com bola e outras práticas que envolvem uma dinâmica de jogo mostraram reduzir a raiva, enquanto correr aumentou a emoção por gerar mais agitação.

“É uma batalha porque pessoas com raiva realmente querem extravasar, mas nossa pesquisa mostra que qualquer sentimento vindo de um ‘desabafo’ na realidade reforça a agressão”, concluiu Bushman.