Arqueólogos usaram a análise de taxa de madeira para distinguir entre madeira importada, derivada e nativa de cinco fazendas nórdicas na Groenlândia.

Registros históricos há muito sugerem que os colonos nórdicos medievais na Groenlândia (985–1450 d.C.) dependiam de materiais importados, como ferro e madeira. Até agora, não havia sido totalmente reconhecido de onde vinham essas importações de madeira.

Para estudar as origens e distribuição da madeira na Groenlândia, Lísabet Guðmundsdóttir, da Universidade da Islândia, examinou os conjuntos de madeira de cinco locais nórdicos no oeste da Groenlândia, dos quais quatro eram fazendas de tamanho médio e uma mansão episcopal de alto status. Todos os sítios foram ocupados entre 1000 e 1400 d.C. e datados por radiocarbono e tipos de artefatos associados.

Um exame microscópico da estrutura celular da madeira previamente encontrada por arqueólogos nesses locais permitiu a identificação de gênero ou espécie de árvore, e os resultados foram publicados na revista Antiquity.

Fontes históricas

Os pesquisadores descobriram que apenas 0,27% da madeira examinada correspondia a importações inequívocas, incluindo carvalho, faia, tsuga e pinus banksiana. Outros 25% da madeira total estudada podem ser importados ou flutuantes, incluindo pinheiro, larício, abeto e pinheiro-de-casquinha.

Como a tsuga e o pinheiro não estavam presentes no norte da Europa durante o início do segundo milênio d.C., as peças identificadas nos contextos medievais da Groenlândia devem ter vindo da América do Norte.

Isso confirma as fontes históricas de que os nórdicos adquiriam madeira da costa leste da América do Norte. As sagas indicam que os exploradores Leifurheppni, Þorleifurkarlsefni e Freydísall trouxeram madeira de Vinlândia para a Groenlândia.

Além da possibilidade de importação, a madeira flutuante era uma das matérias-primas mais importantes da Groenlândia nórdica, representando mais de 50% do lote examinado.

A madeira também vinha da Europa, provavelmente incluindo o carvalho, a faia e o pinheiro-de-casquinha desse conjunto. Alguns itens podem ter vindo como artefatos prontos, como tábuas de barris, enquanto madeira de navio reutilizada pode ter sido trazida para uso em construções na Groenlândia.