O guepardo-do-noroeste-africano (Acinonyx jubatus hecki) é atualmente um dos mais raros carnívoros do planeta: sua população não chega a 250 indivíduos. Nativo de regiões saarianas do norte e do oeste da África, em geral solitário e seminômade, ele sofre com a redução de presas, devido à caça clandestina. Isso ajudou a colocá-lo no status criticamente ameaçado das espécies na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

A última vez que um exemplar da espécie foi visto ocorreu há quase uma década, por equipes do Níger e da Argélia. O intervalo de observações acabou recentemente, segundo o site IFLScience: o predador foi novamente encontrado no maciço de Hoggar (ou Ahaggar) em Tamanrasset, no sul da Argélia.

Em uma coletiva de imprensa na semana passada, o Projet des Parcs Culturels Algériens (PPCA) anunciou que membros do Escritório Nacional do Parque Cultural Ahaggar (ONPCA) capturaram imagens desse furtivo guepardo durante uma missão em março de 2020. De acordo com a agência de notícias Algeria Press Service (APS), o diretor do PPCA disse que esse projeto mobilizou “cerca de 50 agentes da ONPCA de diferentes especialidades por 120 dias e 40 câmeras operando continuamente, gerando um novo banco de dados de mais de 230 mil fotos em estudo”.

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Esforços de conservação

A expedição de março, ao lado de outras missões realizadas para encontrar os guepardos em 2017 e 2019, faz parte do compromisso do PPCA de ajudar a monitorar e conservar a biodiversidade nos parques culturais da Argélia.

A densidade populacional do guepardo-do-noroeste-africano é de apenas 0,21 a 0,55 por 1.000 km2 (uma das menores densidades de carnívoros registradas na África). Espera-se que os esforços de conservação impeçam a extinção desse animal – algo que pode estar acontecendo com outras espécies do deserto argelino, como o adax (um tipo de antílope) e a gazela dama.