19/01/2024 - 16:17
Há um terço de chance de 2024 ser ainda mais quente do que 2023, ano mais quente já registrado, disseram nesta sexta-feira cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
Em análise anual do clima mundial, a agência confirmou descobertas de cientistas europeus de que 2023 foi o mais quente desde o início das medições, em 1850, com o planeta apresentando 1,35 grau Celsius acima da média do período pré-industrial. A NOAA também anunciou que o calor acumulado nas camadas superficiais dos oceanos foi recorde em 2023.
A Organização Meteorológica Mundial (WMO, em inglês) confirmou nesta sexta que 2023 teve calor recorde, e disse, com base na temperatura média da última década — de 2014 a 2023 –, que o mundo está 1,2 grau Celsius mais quente do que nos níveis pré-industriais.
O recorde só foi possível devido às mudanças climáticas, ocorridas em decorrência da queima de combustíveis fósseis, somadas ao fenômeno El Niño — evento natural que leva ao aumento da temperatura das águas na superfície do leste do Oceano Pacífico e à elevação dos termômetros em todo o mundo.
O fenômeno deve continuar pelo menos até abril, aumentando a probabilidade de 2024 ser um ano com recorde nas temperaturas.
“A questão interessante e deprimente é o que acontecerá com 2024? Será mais quente do que 2023? Não sabemos ainda”, afirmou Christopher Hewitt, chefe de serviços climáticos internacionais na WMO.
A NOAA afirmou que há um terço de chance de que este ano seja ainda mais quente do que o ano passado, e 99% de chance que esteja entre os cinco mais quentes da história.
“É muito provável que o El Niño persista até abril, possivelmente maio, e depois disso a gente não tem certeza. Fica menos certeiro”, disse Hewitt.
Os impactos do El Niño normalmente têm seu ápice durante o inverno no Hemisfério Norte e depois diminuem, mudando para condições neutras ou para uma fase de La Nina, que geralmente produz temperaturas globais mais frias. Mas também existe o risco de o El Nino regressar.
“Se fizermos uma transição para uma fase La Nina… talvez 2024 não seja o mais quente já registrado”, disse Carlo Buontempo, diretor do Serviço Europeu de Alterações Climáticas Copernicus.
Como o Hemisfério Sul está agora no verão, quando o El Nino atinge o pico, as autoridades estão em alerta para ondas de calor, secas e incêndios.