Chacina executada pelos terroristas do Hamas no kibutz perto da Faixa de Gaza vitimou famílias inteiras, incluindo crianças e bebês, dentro de suas casas.O ataque terrorista de sábado passado (07/10) por membros do grupo Hamas a comunidades no sul de Israel transformou-se numa carnificina no kibutz de Kfar Aza, com a morte de mais de uma centena de civis, incluindo crianças, segundo relatos de soldados israelenses.

Fontes médicas israelenses disseram à agência de notícias Efe que os terroristas do Hamas mutilaram e queimaram civis durante o ataque surpresa, no qual morreram centenas de pessoas, incluindo 40 crianças, entre elas bebês, nesse kibutz com menos de 800 habitantes.

Kfar Aza é umas das comunidades atacadas pelo Hamas nos atentados terroristas de sábado passado. Outras são Be’eri, Ofakim, Sderot, Yad Mordechai, Yated, Kissufim e Urim, onde também há relatos de atrocidades.

Próximo da Faixa de Gaza

Não demorou muito para que os terroristas chegassem a essa comunidade agrícola. A Faixa de Gaza, de onde vieram, fica a apenas dois quilômetros de distância e é visível a olho nu.

A ameaça fazia parte da vida cotidiana dos habitantes de Kfar Aza, onde o custo de vida é mais barato do que em outros lugares de Israel. Mas os lançamentos regulares de foguetes não podem ser comparados ao ataque de sábado, cuja extrema violência traumatizou até mesmo os soldados israelenses que terminaram de libertar o local durante a madrugada de segunda para terça-feira.

Segundo os relatos dos soldados, cerca de 70 terroristas treinados e armados com rifles e granadas atacaram a comunidade a partir das 6h30 de sábado passado.

Numa parte do kibutz reservada aos jovens, as casas estão incineradas. “Os invasores incendiaram-nas para expulsar os seus ocupantes e depois dispararam”, relata um oficial israelense de 24 anos, Omer Barak. “Muitos preferiam morrer no fogo a serem mortos pelos terroristas”, acrescenta. “Nunca tinha visto nada assim. Desabei quando vi os corpos de duas crianças assassinadas.”

Cenário de horror

Antes do ataque, o kibutz, cujo nome Kfar Aza significa “povoado de Gaza”, era uma comunidade modesta, com escola, sinagoga, plantações e uma população de cerca de 800 pessoas.

Os kibutzim são comunidades economicamente autônomas e coletivistas com base no trabalho agrícola que são parte da formação do Estado de Israel.

A vila rural transformou-se num cenário de horror: sacos com corpos de moradores aguardando para serem identificados estão ao lado de bicicletas de crianças e de carros queimados.

Por toda a cidade, muros e carros incendiados estão cheios de buracos de bala. As casas de estuque arrombadas têm suas paredes sujas de sangue. Os corpos dos invasores do Hamas, posteriormente mortos pelos militares israelenses, estão espalhados pelo chão e pela estrada que leva ao vilarejo.

“Cheiro de morte” no ar

Jornalistas que foram escoltados pelos militares israelenses ao local para testemunhar o ocorrido ressaltaram o “cheiro de morte” que paira no ar.

Um sobrevivente do ataque, Avidor Schwartzman, disse que se escondeu com sua esposa e a filha de 1 ano num quarto de sua casa por mais de 20 horas antes de ser resgatado por soldados israelenses. Ele relatou que foi acordado na manhã de sábado pelos sons estrondosos dos foguetes. Quando saíram do esconderijo, soldados protegiam as ruas do kibutz e corpos jaziam ao lado das casas .

“Você vê os bebês, as mães, os pais em seus quartos e como os terroristas os mataram. Não é uma guerra, não é um campo de batalha, é um massacre. Algumas vítimas foram decapitadas”, disse o major-general Itai Veruv, veterano de 39 anos do Exército israelense que liderou as forças que recuperaram o local.

“Em 40 anos de serviço vi muitas coisas difíceis, mas nunca algo assim”, acrescentou Veruv.

vg/as (Lusa, AFP, AP, Reuters)