Os desenhos animados sempre mostram que os elefantes têm medo de rato. Mas, na vida real, o bicho que os paquidermes mais temem são ainda menores: as abelhas.

Alguns projetos pelo mundo estão usando esse medo para proteger a vida dos próprios elefantes e dos seres humanos que vivem próximos a eles.

Por exemplo, na Índia, o projeto “Plan Bee” instalou auto-falantes que emitem sons de abelhas em linhas de trem para afastar os elefantes de lá. Os equipamentos têm um alcance de 700 a 800 metros de distância.

Entre 2013 e junho de 2019, 67 elefantes foram atropelados por trens nas regiões de Assam e West Bengal, segundo o jornal local “The Hindu“. O som das abelhas serve justamente para afastar os animais das ferrovias.

O Northeast Frontier Railway (NFR), órgão que cuida das ferrovias na região Nordeste da Índia, ganhou neste mês de julho um prêmio do governo pela iniciativa.

Hoje existem 29 corredores equipados com 46 equipamentos de som nos estados do nordeste da Índia. Os oficiais da NFR disseram que uma combinação do projeto “Plan Bee” com outras medidas ajudaram a salvar 1.014 elefantes de 2014 a junho de 2019.

Em Uganda, África, os moradores locais também encontraram nas abelhas uma maneira de manter os elefantes afastados. Mas, nesse caso, em vez de utilizar o som, os habitantes criam os insetos.

O projeto “Elefantes & Abelhas“, uma colaboração entre a Universidade de Oxford, na Inglaterra, o projeto “Save The Elephants” e o parque Animal Kingdom, da Disney, montou “cercas” de colmeias para manter os elefantes longe das plantações dos humanos, que os paquidermes estavam destruindo.

De quebra, os moradores desenvolveram uma nova fonte de renda: o cultivo do mel. E as abelhas ainda ajudam a polinizar as plantações.

Mel produzido pelo projeto “Elefantes & Abelhas”, em Uganda / Foto: Divulgação

Uma pesquisa conduzida por Lucy King em 2010 comprovou o efeito das abelhas nos paquidermes. O estudo revelou que, ao ouvir o zumbido dos insetos, os elefantes se afastam e produzem vocalizações de alerta para avisar outros indivíduos. Comportamentos que servem para evitar dolorosas picadas.