Uma em cada seis pessoas no mundo sofre de infertilidade, estima um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta segunda-feira (03/03).

A pesquisa é baseada na avaliação de 133 de mais de 12 mil estudos realizados no mundo todo de 1990 a 2021. De acordo com o levantamento, cerca de 17,8% dos adultos em países de alta renda tiveram infertilidade, enquanto 16,5% dos adultos em países de baixa e média renda foram afetados.

Contudo, nos países mais pobres as pessoas gastam uma proporção maior do seu rendimento em tratamentos de fertilidade em relação às dos países mais ricos.

Acesso a tratamento

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a proporção de pessoas afetadas no mundo pela infertilidade revela “a necessidade de ampliar o acesso aos tratamentos de fertilidade e garantir que o assunto não seja mais deixado de lado na investigação e nas políticas de saúde”.

“Para que formas seguras, eficazes e acessíveis de obter a paternidade estejam disponíveis para aqueles que a procuram”, sublinhou.

A prevenção, o diagnóstico e o tratamento da infertilidade permanecem subfinanciados e inacessíveis devido aos altos custos, estigma social e disponibilidade limitada, de acordo com o relatório.

A OMS define a infertilidade como uma doença do sistema reprodutivo masculino ou feminino que se traduz na incapacidade de conseguir uma gravidez após um ano ou mais de relações sexuais desprotegidas. “Isso pode causar sofrimento significativo, estigma e dificuldades financeiras, afetando o bem-estar mental e psicossocial das pessoas”, afirmou a OMS.

“Custos catastróficos”

“Milhões de pessoas enfrentam custos catastróficos de saúde depois de procurarem tratamento para a infertilidade”, alertou o diretor para a Investigação em Saúde Sexual e Reprodutiva da OMS, Pascale Allotey, considerando que “melhores políticas e financiamento público podem melhorar significativamente o acesso aos tratamentos e proteger as famílias mais pobres”.

A OMS salienta que os elevados custos impedem frequentemente as pessoas de terem acesso a tratamentos.

Em um outro estudo, publicado na revista especializada Human Reproduction Open e financiado pela OMS, pesquisadores concluíram que os custos médicos pagos nos países de baixo e médio rendimento por um tratamento de fertilização in vitro costumam ser mais altos em relação ao rendimento médio anual da população.

md/bl (Lusa, DPA, AFP)