19/08/2019 - 12:01
Cientistas britânicos e suecos descobriram que as pessoas geneticamente predispostas à insônia têm um risco maior de apresentar insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial coronariana. Divulgado recentemente na revista “Circulation”, o trabalho é abordado hoje no jornal “The Guardian”.
O estudo reforça trabalhos anteriores que encontraram ligações entre problemas de sono e distúrbios cardiovasculares. Ele indica que a insônia pode ser a causa por trás de tais condições.
“Se esse é realmente o caso, então se pudermos melhorar ou reduzir os distúrbios do sono, isso poderá reduzir o risco de AVC”, disse Hugh Markus, da Universidade de Cambridge e coautor da pesquisa.
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O novo estudo baseia-se em descobertas anteriores de que há cerca de 250 variantes genéticas, cada uma aumentando ligeiramente o risco de alguém ter insônia. “A maioria das pessoas não tem todas elas – tem um certo número, algumas ou muitas delas”, disse Markus.
O mais importante, no caso, é a forma como essas variantes genéticas são herdadas. Sua presença é aleatória; elas não são afetadas por onde a pessoa mora, quanto se exercita, por outros fatores ambientais ou pelo resto de sua composição genética.
Ajuda para dormir
Segundo Markus, ainda não há provas de que uma melhora da insônia levaria a uma melhora no coração. Mas ele lembra que há soluções para ajudar a levar os insones a dormir, como a terapia cognitivo-comportamental.
O “Guardian” assinala que o estudo tem algumas limitações. Por exemplo, dados de apenas pessoas de ascendência europeia foram estudados. Além disso, o número de horas que as pessoas avaliadas dormiam todas as noites não foi considerado.
“Esse estudo não nos permite concluir que a insônia causa doenças cardiovasculares”, afirma Michael Holmes, da Universidade de Oxford, especializado no uso de genética para estudar o risco de doenças. “Pelo contrário, tudo o que podemos dizer é que indivíduos portadores de variantes genéticas ligadas a um maior risco de insônia também apresentam um risco maior de doença cardiovascular.”