25/04/2022 - 10:44
O vaivém imprevisível do clima nas lavouras brasileiras está cobrando seu custo para as seguradoras. Números destacados pelo Valor apontam que a sinistralidade do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural passou de 84% em 2020 para 125% em 2021, o maior índice desde 2015. Os desembolsos com sinistros somaram R$ 5,4 bilhões, acima dos R$ 4,2 bi que entraram no caixa das seguradoras, deixando-as no vermelho.
No ano passado, 121,2 mil produtores rurais buscaram o seguro rural, um aumento de 15% em relação ao ano anterior, sendo que mais de ¼ desse total foi atendido pelo programa pela primeira vez. O governo gastou quase R$ 1,2 bilhão em subsídios para mais de 60 culturas e atividades, com destaque para a soja, o milho de segunda safra e o trigo.
- Extremos climáticos viram dor de cabeça permanente para seguradoras
- Desastres naturais provocaram prejuízo de US$ 280 bilhões em 2021
- Crise climática está distorcendo ciclo natural da água na Terra
Por falar em seguros, Antônio Penteado Mendonça escreveu no Estadão sobre os desafios que as empresas do setor já encaram por conta da intensificação da crise climática e da multiplicação de eventos desastrosos associados ao clima. Nos países ricos, onde a prática do seguro é mais corrente, essa questão ganhou força depois da pandemia e dos repetidos episódios de tempestades, inundações, incêndios florestais e seca na Europa e nos Estados Unidos. No entanto, nos países em desenvolvimento, onde a indústria dos seguros é menos demandada, o debate ainda está incipiente, o que nos leva a um paradoxo: a despeito de esses países serem mais pobres e mais vulneráveis à crise climática, a maioria esmagadora de sua população arca sozinha com os custos dos desastres climáticos que ocorrem em suas comunidades.
Benefícios financeiros
Em tempo: Uma análise do Observatório de Bioeconomia da FGV concluiu que a adesão da agropecuária ao mercado voluntário de créditos de carbono pode trazer benefícios financeiros para o setor. O estudo destacou também o potencial de participação do agro nos projetos de créditos de carbono no Brasil: o mercado nacional ainda é dominado por projetos na área de energia (63%), mas os de agricultura, floresta e outros usos da terra, que representavam 25% do total no ano passado, geram mais créditos. A notícia é do Valor.