Levantamento mostra que alemães mostram cada vez menos interesse em abrir o próprio negócio ou se tornar autônomos. Número de consultas para a abertura de empresas em câmaras de comércios e indústria vem caindo ano a anoOs habitantes da Alemanha mostram cada vez menos interesse em abrir um negócio ou trabalhar por conta própria. O número de consultas iniciais para abertura de negócios nas Câmaras de Indústria e Comércio regionais do país no país foi de apenas 154.785 em 2022, uma queda de 3% em comparação com o ano anterior.

É o nível mais baixo desde que os dados começaram a ser registrados em 2002, informou a Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK) neste sábado (15/07). Em 2010, foram cerca de 431 mil consultas.

“Depois da pandemia, não houve impulso para a criação de novas empresas, por exemplo, no varejo ou na gastronomia”, acrescentou a DIHK.

Além do aconselhamento inicial, as câmaras regionais também oferecem aconselhamento para a fundação de startups, que geralmente envolve um conceito de negócio mais concreto. Neste segmento a queda em 2022 foi de 8% em relação ao ano anterior. Na comparação com 2019, ano que precedeu a pandemia, a queda foi de 42%.

Ameaça para a economia

O presidente da DIHK, Peter Adrian, descreveu essa tendência como “uma séria ameaça” à economia alemã. “Muitas pessoas são inseguras e evitam dar o primeiro passo para o trabalho autônomo”, disse ele. “A fundação de empresas alemãs de médio porte está gradualmente desaparecendo”, acrescentou, apontando que os setores de serviços, comércio e hotelaria são particularmente afetados.

Adrian, aponta que uma das causas está ligada a mudanças demográficas na Alemanha. Pessoas entre 18 e 35 anos são normalmente as mais propensas a abrir um negócio – e com envelhecimento da população essa fatia tem diminuído no país. Mas, segundo o presidente da DIHK, no entanto, o declínio do interesse não é explicado apenas pelo desenvolvimento demográfico.

Em tempos de escassez de trabalhadores qualificados, muitas pessoas têm optado por optar por boas oportunidades de trabalho no setor público ou em outros cargos assalariados.

Além disso, a DIHK aponta que muitos potenciais empreendedores também estão inquietos com o atual cenário econômico, marcado por altos custos de energia, inflação persistente ou obstáculos burocráticos. “Muitas pessoas estão inseguras e evitam dar o passo para o empreendedorismo”, disse Adrian. “Com isso, perderemos muito potencial empresarial e econômico. Precisamos urgentemente de um novo entusiasmo empreendedor.”

Adrian afirmou que a classe política tem que trabalhar para fornecer incentivos direcionados para que “mais pessoas fiquem entusiasmadas novamente para começar um negócio”.

O relatório anual da DIHK foi baseado em dados de cerca de 350 consultores de start-up das 79 câmaras regionais de indústria e comércio alemãs.

jps (dpa, AFP, ots)