Um dos indesejados microrganismos transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, o Zika vírus (ZIKV) veio bem preparado para produzir estragos. Um estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Institut Pasteur de Dacar, no Senegal, divulgado no site bioRxiv em dezembro, revelou que o ZIKV, na sua jornada da África até a América via Ásia, foi-se adaptando ao organismo humano e ampliando a eficiência de sua reprodução nas células desse hospedeiro. Segundo os cientistas, hoje o ZIKV é tão ou mais eficiente para se reproduzir em humanos do que era em macacos. A versão asiática, presente no Brasil, causou seu primeiro grande surto em 2007, na Micronésia. Entre 2013 e 2014, reapareceu com força na Polinésia Francesa e chegou à América pela Ilha de Páscoa. Em 2015, o ZIKV foi detectado em países da América do Sul e em pelo menos 14 estados brasileiros.