Presidente americano ameaçou bombardear o país se não houver novo acordo de desarmamento. Presidente iraniano diz concordar com conversas indiretas e que EUA precisa provar confiança.O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, rejeitou neste domingo (30/03) a ideia de celebrar negociações diretas com o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre seu programa nuclear.

Trump enviou uma carta ao líder supremo iraniano, Ayatollah Khamenei, no início deste mês, pedindo que o Irã chegue a um novo acordo nuclear com os EUA. Em dezembro, a ONU alertou que o país está “aumentando drasticamente” seu enriquecimento de urânio e avança em direção à bomba nuclear.

“Respondemos à carta do presidente dos EUA via Omã e rejeitamos a opção de conversas diretas, mas estamos abertos a negociações indiretas”, disse Pezeshkian durante uma reunião com seu gabinete transmitida pela TV iraniana.

“Não vamos fugir do diálogo. É a quebra de promessas que tem causado problemas para nós até agora”, disse Pezeshkian. “[Mas] eles precisam provar que podem criar confiança.”

Trump retirou EUA de acordo

Durante seu primeiro mandato em 2018, Trump retirou os EUA de um acordo nuclear com o Irã conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA).

O acordo havia aliviado as sanções americanas contra o país, que, em troca, restringiu seu programa nuclear e permitiu a Agência Internacional de Energia Atômica inspecionar suas instalações de enriquecimento.

A França, a Alemanha, a Rússia, o Reino Unido e a União Europeia também assinaram o acordo.

Trump promete “bombardeio” se não houver novo acordo nuclear

Em uma entrevista à emissora americana NBC News divulgada na noite de sábado, Trump fez novas ameaças ao Irã.

“Se eles não fizerem um acordo, haverá um bombardeio. Haverá um bombardeio como eles nunca viram antes”, afirmou o americano.

“Mas há uma chance de que, se eles não fizerem um acordo, eu aplique tarifas secundárias sobre eles como fiz quatro anos atrás.”

Na ocasião, Trump afirmou que representantes dos EUA e do Irã estavam conversando sobre o assunto. O governo do republicano encampa uma abordagem de “pressão máxima” que visa isolar Teerã tanto econômica quanto politicamente.

O governo Trump também prometeu reprimir a milícia houthi no Iêmen, apoiada pelo Irã.

gq (DW)