27/03/2019 - 13:41
Quase 800 antigos vasos e esculturas estão voltando para a China, como parte de um acordo simbólico de colaboração entre os dois países contra o comércio ilegal de artefatos de arte. Alguns datam do período neolítico, com itens mais recentes vindos da Dinastia Ming (907 a 1664), de acordo com um comunicado divulgado sexta-feira pelo Ministério do Patrimônio Cultural e Atividades da Itália.
A China assinou acordos com mais de 20 países sobre o roubo, antiescavação e contrabando de relíquias culturais, de acordo com a Administração Nacional do Patrimônio Cultural do país. Um comunicado divulgado pelas autoridades italianas neste sábado disse que os bens roubados devem ser exibidos em Pequim em 2020.
Esse trabalho conjunto para combater o tráfico ilegal de arte parece ser uma movimentação mundial dos últimos tempos. Em novembro passado, a França devolveu 26 obras de arte ao Benin, mais de um século depois de terem sido levadas do país da África Ocidental. O Reino Unido e a Bélgica também receberam ligações de governos estrangeiros em busca do retorno de itens supostamente roubados em exposição em museus.
As autoridades italianas ainda precisam explicar como os 796 artefatos terminaram na Itália, embora uma declaração tenha confirmado que eles eram “de origem ilícita”. Investigadores em Monza examinaram os itens depois que eles foram colocados à venda na cidade vizinha de Roncadelle, com as autoridades chinesas confirmando mais tarde sua proveniência.
Em novembro passado, um tribunal em Milão ordenou que os itens fossem devolvidos à China, e a publicação dessa decisão judicial aparentemente coincidiu com a visita do presidente Xi Jinping a Roma. Ocasião em que a Itália se tornou a maior economia a assinar a iniciativa “Belt and Road”, de Pequim – principal projeto de infraestrutura e comércio do presidente Xi. A proposta é ligar a China à Europa, África e Ásia por meio de uma série de novos portos, ferrovias e estradas ao longo dos corredores terrestres e marítimos.