01/07/2019 - 15:35
Depois de mais de 30 anos, o Japão voltou oficialmente a caçar baleias comercialmente. Hoje, cinco pequenas baleeiras com a bandeira do país zarparam pela primeira vez do porto de Kushiro, no norte do país, para esse tipo de trabalho, após a polêmica decisão do país de retomar a busca pelo enorme mamífero marinho.
Os navios vão passar a maior parte do verão no hemisfério norte caçando baleias minke e bicudas-de-baird, segundo a agência Reuters e o site NBC News. Essas espécies não figuram na lista de ameaçadas de extinção.
O movimento japonês era previsível depois que, em 2018, o país anunciou sua retirada da Comissão Baleeira Internacional (CBI, ou IWC, na sigla em inglês), organização internacional que lida com a conservação de baleias e o manejo da caça a esses mamíferos, em um movimento mundialmente condenado.
O IWC determinou a proibição da caça às baleias em 1986, devido à diminuição das populações desses animais. A moratória mundial colocada na prática deveria permitir a recuperação da espécie.
O Japão deu início, nessa época, ao que chamou de caça “científica” às baleias – para muitos grupos ambientalistas, apenas um disfarce para a caça comercial. “O Japão vem caçando baleias em suas próprias águas todos os anos, apesar da moratória sobre a caça às baleias de 1986”, disse a organização de conservação da vida selvagem marinha Sea Shepherd à NBC News. “A única diferença agora é que o Japão se retirou da IWC no ano passado, finalmente abrindo o caminho para a comissão se concentrar na conservação.”
A Noruega e a Islândia também desafiam abertamente a proibição internacional, enquanto uma isenção permite que comunidades indígenas em lugares como a Groenlândia e o Alasca possam caçar baleias.
A organização WWF estima que quase 32 mil baleias foram mortas pela caça desde que a moratória foi imposta.
O Japão sustenta há muito tempo que comer baleia é uma parte importante de sua cultura e que a maioria das espécies não está ameaçada. Segundo as autoridades do país, as caçadas comerciais serão limitadas às águas territoriais do Japão e à sua zona econômica exclusiva de 320 quilômetros. O governo japonês se comprometeu a interromper as expedições anuais de baleeiras do país para caçar baleias nos mares da Antártida e do noroeste do Pacífico.