01/08/2007 - 0:00
DUNAS ROSADAS
Sempre que se pensa em dunas, logo se imagina uma imensidão onde impera o branco da areia fina. Pois em Ponta do Mel (RN), a natureza agiu diferente: o encontro da areia do litoral com a terra do sertão provocou o surgimento de dunas rosadas. A geógrafa Joane Luiza D. Baptista explica que, embora ainda não exista um estudo mais aprofundado, este raro fenômeno acontece devido à ação dos ventos constantes, mesclando o solo vermelho do tabuleiro costeiro (uma planície que termina abruptamente na praia formando falésias de coloração avermelhada intensa) e a areia branca de origem marítima.
Esta cápsula de isolamento pode ser alugada por períodos de 20 minutos, em Nova York (EUA), no Empire State Building.
Vamos todos fazer a SIESTA
Sabe aquela soneca depois do almoço, a siesta? Pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que, se fosse adotada como regra nas empresas norte-americanas, ela propiciaria ao país uma economia de cerca de R$ 40 bilhões por ano! Essa pausa faz aumentar a produtividade e reduz o número de acidentes do trabalho. Como se não bastasse, uma outra pesquisa, greco- americana, concluiu que 30 minutos diários de “desligamento”, de preferência após o almoço, reduziria em 37% os riscos de morte por causas cardiovasculares. Interessado nas descobertas, Xavier Bertrand, ministro da Saúde da França, acaba de apresentar um “programa de ação do sono”. Objetivo: fazer com que o direito à soneca vire lei em todo o país.
DOCE ROTEIRO
A rapadura chegou por aqui com o Ciclo do Açúcar, no século 19, e, mais de um século depois, na região da Serra da Borborema, interior da Paraíba, ainda se preserva a beleza dos engenhos e seu sabor original. Recentemente, unindo história e culinária – dois deliciosos ingredientes – foi criado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae/PB) o roteiro Caminho dos Engenhos, que passa por várias cidades históricas paraibanas, como Areia, Alagoa Grande, Mamanguape, Bananeiras e Serraria, todas nas terras altas desse Estado que é um dos maiores produtores de rapadura do Nordeste. Apenas na cidade de Areia, recém- declarada Patrimônio Histórico Nacional, são 27 engenhos, sendo que ela ainda tem como atração o Museu da Rapadura, único no Brasil dedicado exclusivamente a esse produto (foto). Mais informações no Sebrae/PB www.sebraepb.com.br
VINHOS ameaçados
Aficionados por vinhos e os mais importantes produtores do mundo começam a se preocupar com as conseqüências do aquecimento global na produção do precioso líquido. Embora em alguns países, como a França, um ano quente ainda seja sinônimo de boa safra (como foi em 2006), as mudanças climáticas podem ter efeito contrário em certas regiões até o fim do século. É o que apontam os primeiros estudos feitos nesse sentido, que citam possíveis problemas de irrigação, desenvolvimento de doenças e erosão provocada por inundações, mais freqüentes com o aquecimento da Terra. De forma mais global, as regiões mais ameaçadas são logicamente as que têm agora os climas mais quentes, como o sul da Europa ou a Califórnia (oeste dos EUA). Se nada for feito agora, apontam os pesquisadores, as regiões costeiras, temperadas pelo oceano, poderão continuar cultivando vinhedos somente até 2100. A Espanha, outro exemplo de país que produz vinho em regiões áridas, já estuda mudanças nas técnicas de plantio, com o intuito de proteger as uvas do sol e conservar a umidade da terra.
PEDRA árvore
Uniões perfeitas podem surpreender. Foi assim no norte de Minas Gerais, em um pequeno vilarejo chamado Barra do Guaicuí: a união entre uma árvore e as ruínas de uma igreja de pedras chama a atenção e desperta a curiosidade. Isso mesmo: uma gameleira lançou suas raízes nas ruínas da antiga Igreja de São Matozinho, construída em 1776, e criou uma união entre ambos que forma uma cena pitoresca e bela. Uma das características dessa espécie (Ficus insipida) é justamente lançar as suas raízes em tudo que encontra pela frente. Ali, provavelmente, uma das centenas de maritacas que habitam a região levou a semente da gameleira para seu ninho entre as pedras da igreja e começou tudo. Justamente onde deveria estar a cruz, nasceu e cresceu a gameleira, que hoje é moradia para várias outras espécies de pássaros. E um espetáculo à parte para quem visita essa região pouco conhecida do Brasil.
Como funciona uma PISCINA BIOLÓGICA
Na Europa, sobretudo na França, muitos começam a adotar a piscina biológica. Princípio: utilizar as propriedades regeneradoras da natureza para assegurar a limpeza da piscina, sem recorrer a produtos químicos, como o cloro e seus derivados. Acima, o desenho ilustra o sistema de piscina biológica desenvolvido pela empresa alemã Bionova para o Castelo de Germiney, na região do Jura, no leste da França. O sistema possibilita a obtenção e a manutenção de uma água de qualidade comparável à de um lago de alta montanha, unicamente graças à associação de plantas, microorganismos e uma filtragem mineral. Esse sistema ecológico, bastante custoso, é muito econômico a longo prazo. Mas, como todo ecossistema, ele é frágil e precisa de cuidados para conservar a sua eficácia.
A lagoa Uma camada de pedregulhos colocada sobre um tanque forrado com lona porosa recobre o fundo do tanque e faz uma filtragem. Na água, microorganismos, algas, lagostinhas e camarões de água doce absorvem o material orgânico (fragmentos de pele e de gordura, e outros).
As plantas Mais de 40 tipos de plantas são instalados dentro d’água e nas margens: junco, íris, papiro e hortelã aquática, por exemplo. Elas oxigenam a água e eliminam os nitratos e os fosfatos dissolvidos.
A cascata de escoamento A água que se eleva transborda na lagoa de regeneração e escorre por riachos inclinados à moda de cascata. Esse redemoinho possibilita uma melhor oxigenação. O ciclo inteiro dura de três a cinco horas.
A bomba A água da piscina é aspirada e filtrada para que as impurezas maiores sejam eliminadas. A seguir, ela é injetada na lagoa de regeneração, pelo fundo.
Astronomia
TRÊS PRODÍGIOS NO CÉU DA AUSTRÁLIA
É dia de festa em Perth, na costa oeste da Austrália. Reunidos numa praia, curiosos assistem a um show realmente único: em pleno espetáculo de fogos de artifício (à esquerda da foto) acontece um temporal tropical (à direita). Um fotógrafo registra a cena. Depois, ao salvá-la no computador, ele percebe que capturou também a imagem do cometa McNaught (flecha).
844 espécies EXTINTAS em 500 anos
Os seres humanos são os responsáveis pela pior onda de extinções ambientais, desde o fim dos dinossauros, há 65 milhões de anos. É o que assegura um recente relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). A lista vermelha da organização informa que pelo menos 844 espécies de animais e plantas desapareceram nos últimos 500 anos. Casos do dodô, o pássaro gigante das Ilhas Maurício, e do lobo austral das Ilhas Falklands/Malvinas (na ilustração).
O mesmo relatório adverte que alguns habitats, entre os quais as barreiras coralinas e as florestas tropicais como a Amazônia, estão cada vez mais em perigo. Fatores responsáveis por essa queda da biodiversidade: aumento da população humana, poluição, expansão das áreas urbanas, desflorestamento, aquecimento global e introdução de “espécies invasoras”. Só o Mediterrâneo foi invadido por aproximadamente 300 espécies de crustáceos, moluscos e peixes provenientes do Mar Vermelho desde a abertura do Canal de Suez, em 1869. Calcula-se que atualmente o ritmo de extinção seja mil vezes mais veloz do que há 100 anos. A cada ano são destruídos aproximadamente 7,3 milhões de floresta, uma área grande como a Irlanda.
CURTAS
INFORMATIQUÊS
A informática nos inunda com novidades todos os dias. E juntamente com esses avanços nasce também um novo vocabulário. A mais nova palavra que vai invadir o nosso dia-a-dia é terabyte, uma evolução do byte, que, com o aumento de informações, fez surgir o megabyte (mil bytes) e o gigabyte (mil mega bytes). Mal os computadores se acostumaram com o giga e já surge o terabyte, que é o nome que se dá para mil gigabytes, ou seja, 1000.000.000.000 bytes.
SOL E TERRA: uma dança equilibrada
A Terra se mantém no espaço graças a um estado de equilíbrio entre dois fenômenos: a gravitação que atrai a Terra para o Sol e a força centrífuga que procura afastar nosso planeta da sua estrela. Enquanto a gravitação é produzida pela própria massa do Sol, a força centrífuga nasce da translação da Terra ao redor do Sol, a uma velocidade de 30 quilômetros por segundo. Esse binômio Sol-Terra se comporta como uma atiradeira, na qual nosso planeta faz o papel da pedra e o Sol, o do punho ao redor do qual gira a atiradeira. As órbitas dos demais planetas do Sistema Solar funcionam a partir dos mesmos princípios físicos. Numa escala mais ampla, nosso Sistema Solar reage como se fosse um objeto único. Ele gira ao redor do centro da nossa galáxia a uma velocidade de 220 quilômetros por segundo.
Em 4 pontos O PROTOCOLO DE KIOTO
Assinado há dez anos, tendo entrado em vigor no ano de 2005, esse acordo internacional prevê a redução global das emissões de gases que produzem o efeito estufa. Como ele funciona?
1 O que diz o texto? Negociado em dezembro de 1997 em Kioto, no Japão, ele estabelece para os países ricos objetivos de redução das emissões de seis gases que produzem o efeito estufa – entre eles o dióxido de carbono (CO2) e o metano –, considerados os maiores responsáveis pelo aquecimento global. O protocolo impõe um calendário: -5,2% de emissões (em relação ao nível de 1990) até o ano de 2012.
2 Quem o ratificou? Até hoje, 168 países. Apenas 35 países industrializados se engajaram com cifras precisas. A União Européia deve assim reduzir suas emissões em 8%. O Japão e o Canadá em 6%. Países em transição, como a Rússia e a Ucrânia, devem manter os níveis de 1990. Países em desenvolvimento, como a China e a Índia, não sofreram nenhuma restrição. Infelizmente, os Estados Unidos (responsáveis, sozinhos, por 25% das emissões mundiais) e a Austrália ainda se recusam a ratificar o texto para não prejudicar suas indústrias.
3 Como está a aplicação do tratado na prática? A Coréia do Sul, Turquia, Espanha e Portugal estão entre os maus alunos. Suas emissões aumentaram em mais de 40% entre 1990 e 2005. A França, a Dinamarca, a Grã-Bretanha e a Alemanha se enquadraram, com reduções entre 0,8% a 17%. Por último, a Polônia, a República Checa, a Hungria e a Lituânia são os mais aplicados, com reduções entre 25% e 60%.
4 E depois de 2012? Os especialistas estimam que para conter o aquecimento global ao limite máximo de dois graus centígrados positivos de hoje a 2050, os países industrializados deveriam cortar as suas emissões em 50%. A Alemanha espera alcançar e até mesmo ultrapassar esse objetivo graças ao desenvolvimento no país das energias renováveis (eólica, solar, biogás e biodiesel, por exemplo). Outros países, como os Estados Unidos, a Austrália e o Canadá, prevêem elevações de mais de 10% nas suas emissões atuais.