Um jovem eslovaco de 19 anos criou uma maneira inovadora de produzir medicamentos antivirais utilizando resíduos de milho. Adam Kovalčík ganhou um prêmio de US$ 100.000 pela invenção, que tem como alvo vírus de RNA como COVID-19, Ebola e Zika.

Chamado de galidesivir, o remédio ainda não concluiu os testes clínicos mas promete reduzir o preço de produção de antivirais de US$ 75 por grama para cerca de US$ 12,50 por grama. O valor é mais baixo que o normal devido ao material usado por Adam e pela aglutinação de etapas necessárias para a concepção.

O garoto apresentou suas descobertas na Feira Internacional de Ciência e Engenharia Regeneron (ISEF) em Columbus, Ohio, durante a última semana. O comitê de jurados, comandado por Chris RoDee, químico e examinador de patentes aposentado, escolheu Adam como vencedor do prêmio máximo da competição: o Prêmio Inovador George D. Yancopoulos, que equivale a US$ 100.000.

“Não consigo descrever essa sensação. Não esperava que uma competição internacional tão grande fosse vencida por alguém de uma pequena vila em um pequeno país europeu, então foi um choque”, disse ele à Business Insider após receber a gratificação.

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Inovação com resíduos de milho

O emprego da casca do milho na produção do medicamento foi o grande diferencial do projeto. A utilização só foi possível pela presença de álcool furfurílico, que vem do resíduo da planta e é mais barato do que outros pontos de partida para a fabricação de drogas.

Adam adicionou substâncias químicas a um frasco de álcool furfurílico no laboratório até obter um açúcar crucial chamado aza-sacarídeo. Foram necessários apenas sete passos para realizar a ação. Enquanto os medicamentos padrão demoram cerca de nove dias, o galidesivir leva apenas cinco para ficar pronto.

“Ele conseguiu encurtar todo o processo. Ele basicamente reduziu o número de etapas pela metade, porque simplesmente entrou por uma porta diferente”, enalteceu RoDee.

O jovem eslovaco já afirmou ter feito um pedido de patente preliminar para a descoberta. Ele também pretende continuar trabalhando com um grupo de pesquisa da Universidade Eslovaca de Tecnologia em Bratislava, que apoiou o projeto até o momento.

Para um dia ser comercializado, o processo de fabricação do medicamento deve ser ampliado. Atualmente, o plano é conseguir viabilizar a fabricação de 200 litros de galidesivir.