Seguindo a máxima de que, quando se quer mudar o mundo, é preciso começar pela própria casa, sete jovens se uniram para limpar praias e criaram a ONG Esmeralda, há um ano. Hoje o grupo atua no litoral Norte de São Paulo e na capital carioca, conta com 10 pessoas fixas na organização e uma quantidade crescente de voluntários em cada ação que realiza. E assim vão provocando “ondas verdes”, como gostam de chamar os mutirões de coleta de resíduos e de conscientização dos frequentadores e das comunidades locais.

Fundadores da ONG Esmeralda, dedicada à limpeza de praias e conscientização de turistas e comunidades locais (Divulgação)

A ideia surgiu com Danilo Tauil, quando visitou as ilhas Mentawai, na Indonésia – país que, apesar de destino turístico paradisíaco, já decretou estado de emergência em algumas de suas praias por causa do lixo em 2017. O administrador de empresas despertou em amigos de diferentes áreas (engenheiros, biólogos, arquitetos e advogados) a vontade de atacar a questão do lixo nas praias, levando conscientização sobre a preservação do meio ambiente e apoio social aos locais.

Em novembro de 2018 a ONG Esmeralda comemorou um ano de existência. A primeira Onda Verde, realizada em 19 de novembro de 2017, recolheu 660 litros (66 kg) de resíduos nas areias da Praia Grande, da cidade de Ubatuba (SP), e contou com a ajuda de 17 voluntários. A mais recente ação, ocorrida em 25 de novembro de 2018 em Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro, envolveu 80 voluntários e alcançou 2.000 litros coletados, o que representa 200 kg. A organização também expandiu sua atuação para as praias do Arpoador e Leme, também na capital carioca, além de Icaraí e Itacoatiara em Niterói (RJ).

Neste ano de atividades, a ONG evitou que 1.647 kg de lixo fossem levados pelo mar. O que dá mais ou menos 16.500 litros, ou 550 sacolas cheias. “O propósito é ser um bom exemplo, e não causar embates. A gente tenta inspirar outras pessoas, e não combater, brigar ou qualquer coisa assim”, comenta o fundador Tauil. Às vezes, no mesmo dia, quando voltam à praia por onde a Onda Verde passou a areia já está toda tomada de lixo novamente. Mas ele garante que isso não o faz desanimar. “A gente sabe que é um trabalho de formiguinha e que talvez leve gerações para ter algum fruto. Então se conseguirmos fazer com que alguém que participou da Onda Verde ou que a viu passando seja tocado de alguma forma, já entendemos que o trabalho do dia valeu.”

Onda Verde, ação de limpeza da praia, na cidade do Rio de Janeiro, envolveu 80 voluntários (Divulgação)
Questão de logística

Grande parte do material usado durante a limpeza (luvas, sacos de lixo, água mineral e sacolas que são distribuídas entre os banhistas) é doado por empresas amigas, que apoiam o projeto. Mas qualquer interessado pode doar valores referentes a esses materiais por meio da “loja solidária” no site da ONG.

A parceria com cooperativas locais possibilita que os resíduos recicláveis recolhidos entrem novamente na cadeia produtiva. Já os desperdícios (não recicláveis) são encaminhados para a prefeitura, responsável por dar-lhes a destinação correta. O objetivo é que essa coleta seja feita semanalmente por moradores carentes, que passariam a receber pelo trabalho de limpeza. “É aqui que entra o viés social da Esmeralda”, enfatiza Tauil. Contribuindo para que os locais entendam a importância da limpeza e da preservação ambiental para o bem estar de todos e para o desenvolvimento dos negócios que vivem do turismo atraído pelas belezas naturais dessas regiões.

A agenda da organização já tem programadas novas Ondas Verdes para 29/12, 06/01, 20/01 e 02/02 em Ubatuba. Para conhecer mais desse trabalho e colaborar com a ONG Esmeralda, acompanhe o Facebook @ong.esmerald, Instagram @ong.esmeralda e o site www.ongesmeralda.com.