27/03/2025 - 18:14
A maioria dos estudos de espécies anteriores afirmavam que os neandertais eram hiper carnívoros, consumindo carne na mesma quantidade que hienas e leões-das-cavernas, o que os colocava no topo da tabela alimentar. Porém, novas hipóteses sugerem que eles possam ter tido uma dieta mais variada, incluindo o consumo de larvas.
Uma apresentação durante a Associação Americana de Antropólogos Biológicos, no meio de março deste ano, foi responsável por expor as hipóteses e seus testes.
A investigação da antropóloga biológica Melanie Beasley, da Universidade Purdue, foi conduzida por meio da análise da quantidade de isótopos nos ossos fossilizados – já que essa foi a primeira abordagem que apontou que os humanos antigos eram super caçadores e grandes consumidores de proteína animal.
Beasley acabou revelando que carnes podres têm uma quantidade maior de nitrogênio do que tecido fresco, fator chave no aumento drástico do composto nos fósseis do grupo. A partir desta descoberta a antropóloga seguiu para a suposição das larvas de mosca, pela alta quantia de alimentos putrefatos que os insetos digerem.
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A investigação na Fazenda de Corpos de sua universidade – espaço reservado para determinadas análises – cedeu uma base diversa para as suposições sobre os neandertais.
“Por um lado, elas [as larvas] são praticamente inevitáveis ao processar caça ao ar livre. Elas também são fáceis de retirar do solo sob uma carcaça e são um alimento de sabor salgado, cheio de gordura e proteína, apreciado por muitos grupos modernos de forrageamento”, explicou Beasley na palestra.
Quando combinado com outros artigos recentes sobre a diversidade gastronômica dos neandertais, as novas ideias se completam. Por esta razão, a conclusão de que a antiga sociedade comia vegetais, coletava frutos do mar e cozinhavam cevada se torna cada vez mais concreta.
“Acho que deveríamos considerar larvas como uma fonte regular de alimento para os neandertais”, finaliza a pesquisadora.
