17/12/2025 - 9:52
Relação de países cujos cidadãos são vetados de entrar nos EUA cresce de 12 para 19 nações, mais Autoridade Nacional Palestina. Já países com restrições parciais passam para 19.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou nesta terça-feira (16/12) a lista de países sujeitos a uma proibição total de viagens, que agora inclui sete novas nações, entre elas a Síria, além de pessoas com documentos da Autoridade Nacional Palestina.
Em uma ordem executiva, Trump justificou a medida por motivos de segurança nacional e ordenou restringir por completo a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de Burkina Faso, Mali, Níger, Sudão do Sul e Síria. Cidadãos de Serra Leoa e do Laos, que anteriormente estavam sujeitos a restrições parciais de viagem, agora também estão totalmente proibidos de entrar nos EUA.
A medida também veta a entrada de pessoas que utilizem documentos de viagem emitidos ou avalizados pela Autoridade Nacional Palestina. Anteriormente, Washington havia tornado praticamente impossível para qualquer pessoa portadora de um passaporte da Autoridade Palestina obter documentos de viagem para visitar os EUA a negócios, trabalho, lazer ou para fins educacionais. O governo Trump já havia negado vistos a funcionários palestinos que assistiriam à Assembleia Geral da ONU em setembro.
Mais 15 países com restrição parcial
Além disso, o presidente americano impôs restrições parciais a cidadãos de outros 15 países: Angola, Antígua e Barbuda, Benim, Costa do Marfim, Dominica, Gabão, Gâmbia, Malauí, Mauritânia, Nigéria, Senegal, Tanzânia, Tonga, Zâmbia e Zimbábue.
Em junho, Trump já havia decretado um veto total para os cidadãos de 12 países, que continuam na lista: Afeganistão, Mianmar, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen.
Também estão mantidas as restrições parciais impostas em junho deste ano a Burundi, Cuba, Togo e Venezuela.
Com a ampliação, 19 países estão sujeitos a uma proibição total de viagens aos Estados Unidos, além da Autoridade Nacional Palestina, e outros 19 enfrentam restrições parciais, após Washington ter suspendido na terça-feira a proibição parcial de viagens para cidadãos do Turcomenistão
“As restrições e limitações impostas por esta proclamação são, a meu ver, necessárias para impedir a entrada ou admissão de nacionais estrangeiros sobre os quais o governo dos Estados Unidos carece de informação suficiente para avaliar os riscos que representam para o país”, disse Trump no texto da ordem.
Como as restrições se aplicam?
As restrições se aplicam tanto a pessoas que desejam visitar os EUA, como turistas, estudantes e viajantes a negócios, quanto a pessoas que desejam imigrar para lá.
Quem já possui vistos, é residente permanente legal dos Estados Unidos ou possui certas categorias de visto, como para diplomatas ou atletas, está isento das restrições.
Aqueles cuja entrada no país seja considerada como servindo aos interesses dos EUA também estão isentos das restrições.
O governo afirmou que essas novas restrições entrarão em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026.
Por que lista foi ampliada?
Embora Trump tenha feito do combate à imigração um pilar de sua presidência, as mais recentes proibições de viagem parecem ter sido influenciadas por diversos eventos recentes.
O governo Trump sugeriu pela primeira vez que expandiria as restrições de viagem após a prisão de um cidadão afegão suspeito de atirar em novembro em dois soldados da Guarda Nacional em Washington.
O homem acusado pelo ataque, que causou a morte de uma mulher, um afegão de 29 anos que chegou aos Estados Unidos em 2021 através de um programa de asilo após ter cooperado com a CIA no Afeganistão, se declarou inocente das acusações.
Desde o incidente, os EUA suspenderam todas as decisões sobre pedidos de asilo e o processamento de solicitações de imigração dos 19 países inicialmente sujeitos às restrições de viagem.
Trump também ameaçou com ação militar contra a Nigéria no início de novembro. O presidente americano alega que cristãos estão sendo perseguidos no país, o que é contestado pela Nigéria.
Mais recentemente, no sábado, Trump prometeu “retaliação muito séria” contra a Síria, após dois soldados americanos e um intérprete terem sido mortos em um ataque de um suposto membro do “Estado Islâmico”.
Em comunicado, a Casa Branca afirmou que era difícil verificar a identidade de cidadãos de muitos dos países afetados pelas novas restrições devido à “corrupção generalizada, documentos civis fraudulentos ou não confiáveis e antecedentes criminais”.
Também afirmou que alguns países apresentavam altas taxas de pessoas que permaneciam no país após o vencimento de seus vistos ou se recusavam a repatriar seus cidadãos.
md/cn (EFE, AFP, AP, Reuters)
