01/01/2012 - 0:00
Mancha de óleo no Campo de Frade
Má notícia para o pré-sal
O vazamento de 2.500 barris de petróleo de um poço da Chevron no Campo de Frade, na Bacia de Campos, em novembro, foi um duro golpe na empresa norte-americana e no futuro do pré-sal. Acusada de conduta ilegal, a empresa recebeu autuações que já somam R$ 260 milhões e está proibida de furar novos poços no país até o caso ser esclarecido. O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu investigar a Agência Nacional do Petróleo para saber se ela dispõe de ações preventivas de controle para esse tipo de evento. Em dezembro, o plano de contingência federal para grandes vazamentos de petróleo, providência essencial em tempos de pré-sal, completou dez anos “em estudo”.
Antídoto ao Alzheimer
Um estudo norteamericano revela que a ingestão de peixe uma vez por semana pode manter o cérebro saudável e reduzir o risco de doença de Alzheimer. Segundo pesquisadores da Universidade de Pittsburg, quem come peixe assado ou grelhado apresenta volumes maiores de matéria cinzenta em áreas do cérebro ligadas à memória e à aprendizagem. Mais matéria cinzenta significa um risco cinco vezes menor de desenvolver a doença. Detalhe: quem come peixe frito não ganha proteção contra a moléstia.
Pecuária, vilã do aquecimento
As emissões de gasesestufa derivadas da produção de carne são mais altas do que se imaginava: 51% do total, em vez de 18%, afirmam consultores do Banco Mundial em um relatório divulgado no fim de 2011 pelo Worldwatch Institute. A revisão, segundo os especialistas, deve ser feita porque os cálculos anteriores da ONU subestimam os gases-estufa produzidos por dezenas de bilhões de cabeças de gado em três momentos: emanações de metano, uso da terra e respiração dos animais.
Ecologista sul-africana recomenda comer carvão
Boa notícia para o clima
Não foi o acordo ideal, mas foi o acordo possível. A 17ª Conferência do Clima da ONU, em Durban (África do Sul), aprovou um compromisso que estende o Protocolo de Kyoto (válido até este ano), concretiza o Fundo Verde Climático (destinado à mitigação das emissões de gases de efeito estufa nos países emergentes) e estabelece um roteiro para um acordo com metas obrigatórias para todos os países em 2020. Os ambientalistas reclamaram da modéstia do pacto, ineficaz para limitar o aumento da temperatura do planeta. Mas houve um fato histórico novo: o entendimento de todos os países de que é necessário um acordo de limitação das emissões, com força de lei, a partir de 2020.
Adoração ao Sol
O sítio megalítico de Stonehenge, na Inglaterra, já era considerado sagrado em 3.600 a.C., 500 anos antes de o primeiro círculo de pedras ser erguido, indicam estudos das universidades de Birmingham e Viena. As pesquisas reforçam a ideia de que o sítio era originariamente dedicado ao culto ao Sol, o que responde por aspectos-chave do monumento, como os alinhamentos descobertos com elementos do sítio arqueológico de Cursus, próximo dali.
Ozônio e terremotos
Por que certos animais comportam-se de modo estranho antes de terremotos? Cientistas da Universidade da Virgínia (EUA) trituraram rochas como granito, basalto e gnaisse e notaram que o esmagamento libera ozônio acima dos níveis normais. Os animais que as detectam podem fornecer alarmes.
Tsunami multiplicado
Fotos de satélite da Nasa mostraram que o terremoto de março de 2011 na costa japonesa provocou um raro “tsunami de fusão”, em que duas ondas se fundem e ampliam a destruição quando tocam terra firme. A onda resultante teve altura dobrada em alto-mar e foi capaz de viajar por longas distâncias sem perder sua força. O processo dos “tsunamis de fusão” era uma hipótese aventada há décadas, mas só agora pôde ser comprovado.
Dissecação virtual
Para alívio de ambientalistas, a escola Rancho Verde, na Califórnia (EUA), substituiu os anfíbios que seriam dissecados na aula de biologia por um software de simulação virtual criado pelo Instituto de Bem-Estar Animal. Os críticos da decisão discordam. Para eles, simuladores não podem substituir o aprendizado em um órgão animal real.
Vida fora da Terra
Astrônomos confirmaram, em dezembro, que Kepler 22-b, situado a cerca de 600 anos-luz, é o planeta extrassolar mais apto a abrigar vida tal como a conhecemos – uma espécie de “Terra 2.0”. O astro é 2,4 vezes maior do que nosso planeta; está a uma distância de sua estrela 15% menor do que aquela entre a Terra e o Sol, mas recebe 25% menos luz do que nosso planeta. Isso contribui para que a temperatura média seja 22°C, que suporta a existência de água em estado líquido. Um ano de Kepler 22-b equivale a 290 dos nossos.
1 milhão de quilômetros quadrados terá o parque marinho criado pela Austrália no Mar de Coral, no litoral nordeste do país. Anunciada em novembro de 2011, a unidade de conservação será a maior do mundo no gênero.
15 meses de detenção foi a pena imposta ao inglês Carl David Steele por descartar irregularmente 1 milhão de pneus em locais remotos do país. Todo ano, 55 milhões de pneus são descartados na Inglaterra.
15% das florestas da Indonésia, ou 150.000 km2 de hectares, foram destruídas entre 2000 e 2009, segundo a Forest Watch Indonesia, pela mineração e o plantio de palma.
Atualmente
Entenda Belo Monte
Volta grande
O relatório (R)Evolução Energética, do Greenpeace, afirma que o Brasil deve triplicar a oferta de energia até 2050 para atender ao seu crescimento econômico. Para tanto, o governo decidiu encarar a controvertida construção de hidrelétricas na Amazônia. Depois das usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, o foco é Belo Monte, na curva da Volta Grande, em Altamira, no Rio Xingu. Ali, o rio, vindo de Mato Grosso, esbarra em rochas cristalinas e desfere uma meiavolta para o Sul, outra para o Norte, e se precipita por uma garganta com 70 metros de desnível – ideal para a geração hidrelétrica. No passado, o governo militar planejou construir cinco represas que alagariam 18.000 km2 de florestas, mas as críticas de ambientalistas barraram o projeto. O governo atual decidiu adotar turbinas a fio d’água, movidas pela força da corrente, que diminuem a necessidade de reservatório. Agora, o alagamento será de 516 km2, correspondendo à vazão natural do rio na época da cheia. Os 11 municípios afetados pela obra deverão receber R$ 3,7 bilhões em saneamento, moradias, escolas e hospitais.
No futuro
Volta pequena
Duas barragens e vários diques serão construídos. A Barragem Pimentel receberá 6 turbinas e desviará 80% da vazão do rio para canais artificiais escavados na rocha, com 20 km de extensão, que formarão um lago cuja água impulsionará as 18 turbinas instaladas na Barragem Belo Monte. Na cheia serão gerados 11.233 megawatts e, na média anual, 4.571 MW. A alteração no curso do rio, protegida por diques, vai transformar a Volta Grande em “volta pequena” e reduzir a vazão do rio, afetando a vida de 20 mil ribeirinhos e duas aldeias indígenas, Paquiçamba e Arara. O impacto já afeta Altamira, com a chegada de 7 mil pessoas à cidade. Das obras prometidas pelo consórcio Norte Energia, responsável pelo empreendimento, apenas 30% foram executadas, segundo a Secretaria de Planejamento do município. Os atrasos levaram a prefeitura de Altamira a solicitar a paralisação dos trabalhos, em novembro. Os críticos protestam contra os impactos socioambientais e duvidam da consecução das obras de saneamento e infraestutura.