03/08/2022 - 12:53
A paz e a tranquilidade do município de Yamaguchi, no sul do Japão, têm sido perturbadas por agressores inesperados: um grupo errante de macacos-japoneses (Macaca fuscata), também conhecidos como macacos-das-neves. De acordo com Yuri Kageyama, da agência Associated Press, os animais têm atacado pessoas na cidade e em seus arredores – mais de 50 pessoas informaram agressões nas últimas três semanas. Ninguém ficou ferido gravemente, mas todos foram instruídos a procurar atendimento médico. Aparentemente, os alvos principais são crianças e mulheres, mas os ataques a homens e idosos têm ficado mais frequentes, segundo as autoridades locais. Elas recomendam aos habitantes de Yamaguchi manter portas e janelas fechadas.
- Sereias no Japão: de presságio de violência a belas feiticeiras
- Cientistas registram vida selvagem prosperando na área de Fukushima
- Intervenção humana na natureza: os quebra-ventos do Japão
Masato Saito, oficial da cidade, confessou-se surpreso com os animais em depoimento à AP: “Eles são muito inteligentes e tendem a se aproximar e atacar por trás, várias vezes agarrando as pernas. Nunca vi nada assim em toda a minha vida”.
Circunstâncias variadas
As circunstâncias dos ataques são variadas. Uma mulher foi agredida enquanto estendia roupas em um varal. Um idoso sofreu mordidas e arranhões de um dos animais. Em outro caso, relatado ao jornal Mainichi Shimbun, uma mulher ouviu um choro vindo do andar térreo da sua casa e, ao descer, viu um macaco debruçado sobre seu filho.
Os macacos-japoneses já foram considerados ameaçados de extinção no Japão, mas sua população se recuperou. Agora sua situação é classificada como menos preocupante pela União Internacional para a Conservação da Natureza. O contato mais frequente com humanos pode ser explicado pela combinação do crescimento populacional dos macacos com a destruição de seu habitat natural, explicou Mieko Kiyono, especialista em gestão da vida selvagem e professora da Universidade de Kobe, à rede CNN.
A prefeitura de Yamaguchi preparou armadilhas para os macacos, mas eles escaparam sem grandes dificuldades. O passo seguinte foi escalar uma unidade para alvejar os animais com tranquilizantes. Alguns macacos já foram inclusive mortos, mas isso ainda não resolveu o problema. Segundo a agência AFP, alguns moradores estão agora levando guarda-chuvas e tesouras para poda de árvores a fim de evitar possíveis ataques de macacos. “Pode ser aceitável e compreensível se eles apenas comessem as colheitas agrícolas sozinhos, mas se eles prejudicarem os humanos, precisamos fazer alguma coisa”, disse Masato Saito ao jornal The New York Times.