08/10/2019 - 12:09
Os periquitos-monge, ou caturritas (Myiopsitta monachus), tornaram-se indesejáveis na cpital espanhola, segundo o jornal “The Guardian”. O Ayuntamento (conselho municipal) de Madri decidiu reduzir o número dessas aves depois de uma pesquisa recente revelar que a população local cresceu de 9 mil há três anos para 12 mil. O aumento realmente é acentuado: em 2005, eram apenas 1.700 desses pássaros.
As aves são típicas de regiões mais temperadas da América do Sul. Muitas delas foram trazidas como animais de estimação antes de 2011, quando a importação foi proibida.
“Vamos pôr em prática um plano para controlar e reduzir o número de periquitos-monge na cidade de Madri, pois eles se tornaram uma preocupação para as pessoas e tivemos muitas queixas”, disse Borja Carabante, representante ambiental do conselho. O órgão declarou que recebeu 197 reclamações sobre os pássaros entre janeiro e o fim de agosto deste ano. No ano passado inteiro, foram 218 queixas.
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Para justificar sua medida, o conselho madrilenho afirma que os periquitos estão competindo com outras espécies por alimentos e danificando o meio ambiente ao remover a vegetação para construir seus enormes ninhos. Ele afirma ainda que os pássaros representam um risco à saúde pública, pois podem transmitir aos seres humanos doenças como psitacose (febre dos papagaios), gripe aviária e salmonela.
Peso ameaçador
Os ninhos realmente são um problema e tanto. “À medida que o tempo passa e esses ninhos aumentam, podem se tornar perigosos e pesar até 200 quilos”, afirmou o conselho em comunicado. “Isso representa uma ameaça para os ramos que os sustentam e também para as pessoas em quem eles podem cair.”
Em parceria com a Sociedade Ornitológica Espanhola (SEO Birdlife), as autoridades madrilenhas deverão iniciar em alguns meses o “abate humanitário” e a esterilização de ovos dos periquitos. Carabante não revelou a meta de extermínio dos periquitos, mas Santiago Soria, chefe de biodiversidade do conselho, disse que não iria erradicar toda a população. Sem ação das autoridades, ele alertou, os números só continuarão a crescer.