04/11/2021 - 16:24
Mulher de 28 anos teria sedado e afogado numa banheira 5 de seus 6 filhos, entre 1 e 8 anos, em rime que chocou o país. Defesa de que ré sofria de distúrbios mentais não impediu condenação à prisão perpétua.Um tribunal em Wuppertal, no leste da Alemanha, condenou à prisão perpétua, nesta quinta-feira (04/11), uma mãe de 28 anos, acusada de matar cinco de seus seis filhos na cidade de Solingen. O crime, ocorrido em setembro de 2020, deixou o país em choque.
O juiz Jochen Kötter, que se referiu aos assassinatos como uma tragédia, considerou o caso de extrema gravidade e negou o recurso à liberdade condicional nos 15 anos seguintes à condenação.
Durante o julgamento, Christiane K. e manteve em silêncio. Ela teria sedado as crianças – de idades entre 18 meses e oito anos – antes de afogá-las numa banheira. O filho mais velho, de 11 anos, escapou da morte porque estava na casa de seus avós na hora do crime.
Depois de cometer os assassinatos, a mãe tentou se suicidar, atirando-se na frente a um trem em movimento, na estação central de Düsseldorf. Ela teria cometido os crimes depois de ver uma fotografia de seu marido com a nova namorada, e, em mensagens de texto lhe teria avisado que ele jamais veria as crianças novamente.
“Distúrbios mentais”
O juiz desconsiderou a alegação da ré de que um estranho invadira seu apartamento, a amarrara e forçara a enviar as mensagens, para então matar as crianças; e mencionou a grande quantidade de provas circunstanciais provando o contrário. O tribunal deliberou que Melina, Leonie, Sophie, Timo e Luca morreram pelas mãos de sua própria mãe.
A defesa pediu a absolvição, alegando falta de provas. O advogado também sugeriu uma pena de oito anos de prisão por homicídio, caso ela não fosse absolvida, além de tratamento psiquiátrico, já que Christiane K. teria um histórico de traumas psicológicos e episódios de descontrole emocional.
No entanto um especialista designado pela corte concluiu que a acusada não sofre de distúrbios mentais graves e a descreveu como portadora de personalidade narcisista. A defesa anunciou que recorrerá da sentença no Tribunal Constitucional Federal, a mais alta instância jurídica da Alemanha.
rc/av (AFP, DPA)
