26/12/2025 - 14:49
Explosão que mirou minoria ligada a Assad foi reivindicada por grupo sunita ultraconservador e reacende temores de escalada da violência sectária no país.Pelo menos oito pessoas morreram após uma explosão que atingiu uma mesquita da minoria alauíta na cidade síria de Homs nesta sexta-feira (26/12), segundo autoridades de saúde do país.
Um grupo sírio muçulmano sunita ultraconservador, conhecido como Saraya Ansar al-Sunnah, afirmou em seus canais no Telegram que realizou o ataque. O grupo já havia reivindicado a responsabilidade por um atentado suicida em uma igreja de Damasco em junho, que matou 20 pessoas.
Outras dezoito pessoas ficaram feridas na explosão na Mesquita Imam Ali, segundo a agência estatal de notícias síria SANA, descrita pelo ministério do Interior como um “atendado terrorista”. O ataque ocorreu durante as orações semanais muçulmanas de sexta-feira e foi causado por dispositivos explosivos plantados dentro do prédio.
O ataque é o considerado o primeiro a ter como alvo uma mesquita na Síria desde a derrubada de Bashar al-Assad no ano passado. O Supremo Conselho Islâmico Alauíta, um órgão que afirma representar os alauítas na Síria e no exterior, condenou o que chamou de uma campanha sistemática de assassinatos, deslocamento forçado, detenções e incitação contra os alauítas por mais de um ano.
Escalada de violência
A Síria tem sido abalada por vários episódios de violência sectária desde que o ditador Bashar al-Assad, um alauíta, foi deposto por uma ofensiva rebelde no ano passado e substituído por um governo liderado por membros da maioria muçulmana sunita.
Os episódios perduram apesar das promessas de proteção às minorias feitas pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, que liderou os rebeldes sunitas na tomada de poder.
Em março, apoiadores do ex-ditador sírio foram acusados de emboscar forças de segurança em várias províncias do país, desencadeando uma operação militar em larga escala pelo novo governo em Damasco.
A violência então se intensificou ao longo de linhas sectárias. Muitos dos mortos eram membros da minoria alauíta.
No início deste mês,dois soldados americanos e um intérprete civil foram mortos no centro da Síria por um agressor descrito pelas autoridades como um suspeito membro do Estado Islâmico.
gq (Reuters, dpa)
