13/06/2019 - 10:02
Nada menos do que 60% da “carne” consumida em 2040 não será proveniente de animais abatidos, assinala um relatório lançado recentemente pela consultoria global AT Kearney, baseado em entrevistas com especialistas e analisado pelo jornal “The Guardian”. Segundo os autores, esse alimento oriundo de fonte não animal será cultivado em cubas ou resultará de produtos à base de vegetais que têm aparência e gosto de carne.
Segundo os autores do trabalho, 35% de toda a carne consumida em 2040 será cultivada. Os 25% restantes serão substituições vegetarianas/veganas. Os autores salientam que essas alternativas são muito mais eficientes do que a carne convencional.
A cadeia econômica ligada à indústria de carne convencional é gigantesca: responde pela criação de bilhões de animais e movimenta mais de US$ 1 trilhão por ano. Mas ela está associada também a impactos ambientais dissecados em estudos científicos recentes, como as emissões de gases-estufa, a destruição de habitats silvestres em prol da agricultura e a poluição de rios e oceanos.
“A mudança para estilos de vida flexitários, vegetarianos e veganos é inegável, com muitos consumidores reduzindo seu consumo de carne como resultado de se tornarem mais conscientes em relação ao meio ambiente e ao bem-estar animal”, observa Carsten Gerhardt, sócio da AT Kearney. “Para comedores de carne apaixonados, o aumento previsto de produtos de carne cultivados significa que eles ainda conseguem desfrutar da mesma dieta que sempre têm, mas sem o mesmo custo ambiental e animal associado.”
Já existem empresas relevantes na produção de opções vegetarianas para hambúrgueres e outros alimentos – entre elas estão Beyond Meat, Impossible Foods e Just Foods. Segundo a AT Kearney, US$ 1 bilhão foi investido em produtos veganos, e parte desse valor veio de empresas que dominam o mercado convencional de carne.
Outras companhias desenvolvem o cultivo de células de carne em cultura, com o objetivo de produzir carne de verdade sem precisar criar e abater animais. A AT Kearney prevê que a carne cultivada conquistará o mercado no longo prazo, porque o sabor e a sensação da carne convencional parecerão mais próximos do que as alternativas à base de plantas.