30/07/2025 - 19:37
Em reunião com secretário de Estado dos EUA, ministro das Relações Exteriores criticou o uso político das tarifas e tentativa da Casa Branca de exercer pressão sobre o Supremo no processo contra Jair Bolsonaro.O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu nesta quarta-feira (30/07) com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para reafirmar a posição do governo brasileiro em relação ao tarifaço imposto às exportações brasileiras pelos Estados Unidos.
Vieira, que estava em Nova York para participar de uma reunião das Nações Unidas sobre a crise na Palestina, já havia se colocado à disposição para conversar com autoridades americanas sobre as tarifas.
Segundo o Itamaraty, a reunião com o secretário de Estado Rubio ocorreu em Washington no mesmo dia em que o presidente americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva impondo uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros.
De acordo com uma nota da Casa Branca, a medida seria uma resposta a ações do governo brasileiro que, segundo Washington, são uma ameaça “incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
Segundo apurou a emissora GloboNews, Vieira criticou o uso político das tarifas e a tentativa da Casa Branca de exercer pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que virou réu por tentativa de golpe de Estado. Washington diz que o aliado de Trump se tornou alvo de uma “caça às bruxas”.
Na reunião, Viera disse a Rubio que o Brasil não aceita negociar questões relacionadas à política interna, o que considera um ataque à soberania nacional. Segundo a GloboNews, o ministro lamentou que essa questão tenha sido politizada.
Senadores brasileiros em Washington
Também nesta quarta-feira, uma comitiva de senadores brasileiros encerrou uma visita de três dias a Washington. Eles se reuniram com parlamentares e empresários americanos para tentar intermediar soluções para a crise diplomática entre o Brasil e os EUA.
O grupo disse que conseguiu demonstrar as perdas para os dois países com a atual crise durante as conversas com congressistas e empresários americanos, mas destacou preocupações com possíveis sanções a serem impostas aos países que negociam com a Rússia, como o Brasil.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou em Washington que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que está disposto a negociar com Trump, mas que quer ser respeitado.
“Por mim, a possibilidade [de diálogo] está aberta, não tenho nenhum problema de dizer isso em nome do presidente Lula. É só organizar”, disse Wagner.
rc (EBC, ots)