Um estudo conduzido pela Universidade Swinburne, na Austrália, buscou entender os riscos e benefícios do medicamento metilfenidato no desempenho ao dirigir. Como a medicação é conhecida por auxiliar em tratamentos do TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), a pesquisa focou em compreender seus efeitos em pessoas que não lidam com o transtorno.

A investigação reuniu 25 motoristas saudáveis e sem diagnóstico de TDAH. Os voluntários receberam 10 mg de metilfenidato – popularmente conhecido como Ritalina – ou placebo, 85 minutos antes de assumir o volante de um simulador. Os motoristas dirigiram por 40 minutos, mantendo uma velocidade constante de 100 quilômetros por hora na faixa mais à esquerda e fazendo conversões em ultrapassagens simuladas.

O teste foi dividido em duas etapas, com diferentes participantes entre os grupos que haviam recebido placebo ou medicamento. Em ambos experimentos, uma máquina registrava os movimentos dos olhos, monitorando a duração e a taxa de fixação deles por meio de uma câmera no painel, além de contar com um computador que registrava o quanto os motoristas se desviavam do centro da faixa de rodagem.

Ao final, um algoritmo matemático foi responsável por avaliar o quão dispersos ou focados os olhares dos motoristas estavam e se existia um padrão de dispersão. “O metilfenidato melhorou significativamente o desempenho ao dirigir, reduzindo a oscilação de faixa e a variação de velocidade, principalmente na segunda metade do percurso”, explicam os autores do artigo.

O remédio reduziu a queda de atenção dos participantes em comparação ao placebo e nenhum problema na capacidade de leitura visual foi identificado. “Há uma clara necessidade de mais pesquisas nessa área, particularmente estudos que visem identificar alterações mais pronunciadas no comportamento ocular causadas pelo metilfenidato e outros psicoestimulantes”, concluíram os autores.

Embora tenha apresentado resultados positivos, a medicação não deve ser tomada sem prescrição médica, podendo causar dependência e complicações gerais na saúde quando usado indevidamente.