28/10/2025 - 15:52
Governo Cláudio Castro diz que ação nos complexos do Alemão e da Penha – a mais letal na história do estado – visa conter os avanços do Comando Vermelho. Facção reagiu com fechamento de vias.Uma megaoperação das polícias Civil e Militar contra a organização criminosa Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, resultou na morte e na prisão de dezenas de pessoas nesta terça-feira (28/10).
Os traficantes reagiram com ações em várias partes da cidade, ateando fogo a barricadas, atirando contra os policiais e utilizando drones com bombas. Vários criminosos foram vistos fugindo pela parte alta do morro do Alemão.
Em razão dos bloqueios, o Centro de Operações e Resiliência (COR) do Rio elevou o estágio operacional da cidade para o nível 2, de uma escala de 5.
A operação policial conta com ao menos 2,5 mil membros das forcas de segurança que visavam cumprir em torno de 100 mandados de prisão. A Polícia Militar do Rio de Janeiro colocou todo o seu efetivo na rua, suspendendo as atividades administrativas.
Até o meio da tarde, haviam sido contabilizados 64 mortos, segundo o jornal O Globo e o portal de notícias g1. Entre as vítimas estavam ao menos dois policiais civis e dois militares. Os outros mortos seriam traficantes que trocaram tiros com a polícia, informou o governo fluminense. Os policiais apreenderam 75 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas.
Segundo relatos, três pessoas inocentes foram baleadas: um morador de rua, que foi atingido nas costas por uma bala perdida e levado para um hospital; uma mulher que estava em uma academia de ginástica e que já recebeu alta; e um homem que estava em um ferro-velho.
280 mil pessoas na área da operação
A ação policial desta terça seria mais uma etapa da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo Cláudio Castro para conter os avanços do CV em todo o estado do Rio de Janeiro.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou que cerca de 280 mil pessoas vivem nas áreas atingidas pela megaoperação. “Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar”, afirmou. “Toda essa logística é do próprio estado. São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem no Rio de Janeiro.”
Entre os 81 presos na megaoperação está Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo e apontado pela polícia como um dos chefes do CV da região, além de Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso e que seria um dos principais líderes da facção criminosa.
rc/ra (ots)
