Grupo formado por dois libaneses, um egípcio e um holandês planejava ataques a instituições judaicas na Europa. Um deles teria recebido instruções da liderança do Hamas no Líbano para coletar e ocultar armas em Berlim.O Ministério Público alemão informou nesta quinta-feira (14/12) a prisão de quatro membros do grupo radical islâmicoHamas – três em Berlim e um em Roterdã, na Holanda. Eles foram detidos por suspeita de planejarem ataques a instituições judaicas na Europa.

As autoridades disseram que os quatro eram conhecidos membros do grupo extremista, proximamente ligados ao braço armado da organização. O Hamas é considerado terrorista por vários países, incluindo Estados Unidos, Alemanha e também na União Europeia.

Em Berlim, foram presos um homem de nacionalidade egípcia, um holandês e um libanês. O mais velho dos quatro, nascido no Líbano em 1967, foi detido pela polícia holandesa em Roterdã.

Os policiais apreenderam armamentos que seriam utilizados em atentados terroristas contra locais judaicos. As investigações que levaram às prisões foram realizadas através de uma colaboração entre autoridades holandesas e alemãs.

No primeiro semestre deste ano, um dos suspeitos que vivia em Berlim teria sido supostamente encarregado pelo Hamas de encontrar um local para um depósito subterrâneo de armas. Segundo os promotores alemães, ele teria recebido instruções da liderança do Hamas no Líbano.

As armas seriam transportadas para a capital alemã e guardadas para possíveis ataques a instituições judaicas na Europa. Em outubro, os três homens que viviam em Berlim fizeram diversas viagens para coletar armas. Os promotores acreditam que eles teriam recebido apoio do homem preso em Roterdã.

Aumentam ataques antissemitas na Alemanha

“Após os terríveis ataques do Hamas à população de Israel, atentados contra judeus ou instituições judaicas têm aumentado em nosso país nas últimas semanas”, afirmou após as prisões o ministro da Justiça da Alemanha, Marco Buschmann. “Devemos, portanto, fazer tudo que estiver a nosso alcance para assegurar que os judeus em nosso país não tenham novamente que temer por sua segurança.”

Em 7 de outubro, membros do Hamas invadiram o território israelense e mataram mais de 1,2 mil pessoas. Em torno de 240 israelenses e cidadãos de outros países foram sequestrados. Israel reagiu aos atentados com uma série de intensos bombardeios à Faixa de Gaza, antes de dar início a uma ofensiva terrestre no enclave palestino. Autoridades do Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, dizem que os ataques israelenses mataram mais de 18 mil pessoas.

Presos também na Dinamarca

Também nesta quinta-feira, gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou que autoridades da Dinamarca prenderam, segundo o departamento, “sete pessoas agindo em nome da organização terrorista Hamas e frustraram uma tentativa de ataque em solo europeu”.

O governo de Israel disse que a operação foi realizada com a cooperação dos serviços de inteligência israelenses, Mossad e Shin Bet, que continuarão operando “em combinação de forças e capacidades com seus parceiros em Israel e em todo o mundo para eliminar o Hamas”.

rc/le (DPA, Reuters)