03/03/2023 - 10:51
Mais da metade da população mundial estará acima do peso ou obesa em 2035, alerta um relatório publicado nesta quinta-feira (02/03). Se ações não forem tomadas, 51% da população mundial, ou mais de 4 bilhões de pessoas, terão obesidade ou sobrepeso daqui a 12 anos, aponta o o Atlas Mundial da Obesidade.
A presidente da Federação Mundial de Obesidade, Louise Baur, responsável pelo estudo, descreveu os dados como “um aviso claro” e afirmou que formuladores de políticas públicas precisam agir agora para prevenir a piora da situação e evitar passar os custos de saúde, sociais e econômicos para a geração mais jovem.
O relatório destaca que as taxas de obesidade estão aumentando rapidamente entre crianças e nos países mais pobres. A obesidade infantil pode mais do que dobrar até 2035 em relação às taxas de 2020, atingindo 208 milhões de meninos e 175 milhões de meninas.
“É particularmente preocupante ver as taxas de obesidade aumentando rapidamente entre crianças e adolescentes”, sublinhou Baur.
O relatório destaca ainda que todos os países onde se esperam os maiores aumentos nas taxas de obesidade são de baixa ou média renda localizados na Ásia e na África.
Tendência preocupante para o Brasil
Sobre o Brasil, o atlas indica que o país pode ter até um terço de suas crianças e adolescentes vivendo com obesidade em 2035. Estima-se que, em 12 anos, cerca de 23% das meninas e 33% dos meninos serão obesos no país. Em 2020, 12,5% das meninas e 18% dos meninos estavam nessa condição.
O atlas também indica que 41% dos adultos brasileiros terão obesidade até 2035. A taxa anual de aumento da obesidade entre 2020 e 2035 foi calculada em 2,8% – considerada alta no relatório.
O impacto do sobrepeso e obesidade na economia brasileira em 2035 é estimado em 2,5 bilhões de dólares (R$ 13 bilhões).
Custos para sociedade
Em relação aos custos para sociedade mundial, tendo em vista as condições de saúde ligadas ao sobrepeso, o relatório afirma que eles podem passar de 4 trilhões de dólares por ano em 2035, ou 2,9% do PIB global.
O relatório destaca que não está culpando indivíduos por essa condição, mas apelando para que o foco seja colocado em fatores sociais, ambientais e ecológicos envolvidos na questão.
Em 2020, cerca de 38% da população mundial, 2,6 bilhões de pessoas, tinham sobrepeso ou obesidade.
O relatório usa o índice de massa corporal (IMC) para as suas avaliações – um número calculado dividindo o peso em quilogramas pela altura em metros ao quadrado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma pontuação acima de 25 indica sobrepeso e, acima de 30, obesidade.
cn/bl (Reuters, ots)