08/07/2022 - 11:46
Um novo estudo publicado nesta semana mostrou que o gás metano, um dos mais potentes causadores do efeito estufa que contribui para a mudança do clima, é quatro vezes mais sensível ao aquecimento do que o imaginado até agora. Isso significa que o tempo que o gás resiste na atmosfera aumenta na medida em que a temperatura média global aumenta, criando assim um ciclo vicioso de aquecimento.
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Essa descoberta sugere uma resposta para uma das dúvidas mais quentes da ciência climática dos últimos anos: a concentração desse gás na atmosfera vinha diminuindo desde meados de 2000 até 2007 e, desde então, vem sofrendo um crescimento acelerado. Nem mesmo a pandemia, que reduziu o ritmo de emissão de gases de efeito estufa em todo o mundo, foi capaz de reverter esse quadro. Segundo os autores do estudo, o aquecimento recente do planeta está retardando o processo de degradação do metano na atmosfera, o que traz implicações bastante sérias para os esforços globais contra a mudança do clima.
Resultado chocante
“Foi um resultado realmente chocante e destaca que os efeitos das mudanças climáticas podem ser ainda mais extremos e perigosos do que pensávamos”, observou Simon Redfern, da Universidade Tecnológica de Nanyang (Cingapura), ao Guardian. Essa conclusão também reforça a importância de que o mundo diminua consideravelmente suas emissões de metano nos próximos anos.
O estudo foi publicado na revista Nature Communications.
Em tempo: Uma análise da Climate Policy Initiative calculou qual é o custo potencial para que os países possam reduzir drasticamente suas emissões de metano: cerca de US$ 110 bilhões anuais até o final desta década. Isso representa dez vezes o valor gasto atualmente com medidas para reduzir o metano. Mais grave, no entanto, é que apenas 10% do montante atual está sendo destinado efetivamente para as fontes antrópicas mais problemáticas de metano, como vazamentos e liberações de gás pela indústria fóssil. A Bloomberg deu mais detalhes.