A Rio Tinto, uma gigante anglo-australiana da mineração, pediu desculpas neste domingo (29/01) pela perda de uma cápsula altamente radioativa em um trecho de 1.400 quilômetros de estrada no estado da Austrália Ocidental.

A cápsula contém uma pequena quantidade de césio radioativo 137, e mede cerca de 6 milímetros de diâmetro por 8 milímetros de altura. Ela estava em um dispositivo que teria caído de um caminhão enquanto era transportado de uma mina ao norte da cidade de Newman para a cidade de Perth.

O dispositivo foi visto pela última vez em 10 de janeiro, e o caminhão que transportava a cápsula chegou a Perth em 16 de janeiro. Os serviços de emergência foram notificados sobre a cápsula desaparecida na quarta-feira, e a informação só foi tornada pública na sexta-feira.

O presidente da Rio Tinto Iron Ore, Simon Trott, disse que a empresa estava levando o incidente muito a sério. “Reconhecemos que isso é claramente muito preocupante e lamentamos o alarme que causou na comunidade de Austrália Ocidental”, afirmou. “Além de apoiar plenamente as autoridades competentes, iniciamos nossa própria investigação para entender como a cápsula foi perdida durante o transporte.”

Trott disse que a empresa contratada estava qualificada para transportar o dispositivo e foi confirmado que ele estava a bordo do caminhão por um contador Geiger antes de deixar a mina.

Busca extensa e falta de equipamento

Os serviços de emergência da Austrália Ocidental solicitaram apoio a outros estados do país e ao governo federal para encontrar a cápsula, devido à falta de equipamento adequado.

A busca envolve pessoas que fazem uma varredura dos níveis de radiação ao longo das estradas utilizadas pelo caminhão, e as autoridades alertaram que todo o percurso de 1.400 quilômetros pode precisar ser vasculhado.

Como a cápsula é minúscula, as pessoas foram avisadas de que ela pode ter se alojado nos sulcos dos pneus de seus carros.

A cápsula com césio 137 emite quantidades perigosas de radiação, equivalente a receber dez raios X em uma hora. Ela pode causar queimaduras na pele e a exposição prolongada pode causar câncer.

bl (AP, Reuters)