08/08/2019 - 13:49
Um novo modelo desenvolvido por cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) consegue prever se pacientes em risco para desenvolver a doença de Alzheimer irão passar por um declínio cognitivo clínico significativo devido à enfermidade. O modelo foi capaz de prever os resultados de testes de cognição desses pacientes com uma antecedência de até dois anos.
Nas últimas duas décadas indústrias farmacêuticas vêm gastando centenas de bilhões de dólares em pesquisas para desenvolver um medicamento para prevenir ou tratar o Alzheimer, sem sucesso. Entre 1998 e 2017, foram 146 tentativas fracassadas. Nesse período, apenas quatro medicamentos chegaram ao mercado, para tratar somente os sintomas da doenças. Atualmente, existem mais de 90 fórmulas sendo desenvolvidas.
Alguns estudos mostram que talvez o segredo do sucesso em desenvolver um remédio eficaz para prevenir ou tratar o Alzheimer seja recrutar voluntários que estejam nos estágios iniciais da doença, sem ainda apresentar sintomas, que é o ponto em que um tratamento é mais efetivo.
O modelo desenvolvido pelo MTI poderia ajudar pesquisadores a justamente identificar esse tipo de paciente, melhorando a seleção de candidatos em estudos de testes de medicamentos. E também permitira que pacientes soubessem da possibilidade de experienciarem um rápido declínio cognitivo nos meses ou anos seguintes, dando tempo para eles e suas famílias se prepararem.
Para desenvolver o método, primeiro os pesquisadores criaram um modelo com um conjunto de dados que incluía resultados de testes cognitivos e outras informações biométricas de pacientes de Alzheimer, além de dados de indivíduos saudáveis.
A partir desses dados, o modelo aprende padrões que ajudam a prever qual será o resultado dos pacientes nos testes cognitivos entre uma consulta e outra no médico.
Os médicos poderiam usar o modelo para selecionar pacientes que estão em maior risco de apresentar um declínio cognitivo rápido, e encaminhar esses pacientes para pesquisas clínicas. Isso poderia ser feito até mesmo antes de sintomas mais evidentes aparecerem. Tratar essas pessoas precocemente ajudaria os médicos e pesquisadores a avaliar quais medicamentos anti-demência funcionam melhor.