28/07/2022 - 13:12
O cientista britânico James Lovelock faleceu anteontem (26/7), no exato dia em que comemorava 103 anos de vida. Um dos nomes mais respeitados das ciências naturais, Lovelock se notabilizou nos anos 1970 ao apresentar a chamada “Teoria de Gaia”, na qual propunha que a vida na Terra é uma comunidade autorreguladora de organismos interagindo uns com os outros e seus arredores.
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Ele também foi um dos primeiros pesquisadores a defender medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre por conta de seus efeitos sobre o clima global.
Ativo até o fim
“Sem Lovelock, os movimentos ambientalistas de todo o mundo teriam começado mais tarde e seguido um caminho muito diferente”, afirmou o jornalista Jonathan Watts, editor de meio ambiente do Guardian e autor de uma biografia ainda não publicada sobre o cientista, em um post no Twitter.
“Na década de 1960, seu detector ultrassensível de captura de elétrons revelou pela 1ª vez como os produtos químicos tóxicos estavam presentes no ar que respiramos, na água que bebemos e no solo onde cultivamos nossos alimentos. Ele foi o primeiro a confirmar a presença de fluorocarbonos na estratosfera e emitiu um dos primeiros alertas de que os combustíveis fósseis estavam desestabilizando o clima e danificando o cérebro das crianças”.
Mesmo em idade avançada, Lovelock seguia ativo em seu trabalho acadêmico, colaborando com outros cientistas e concedendo entrevistas à imprensa. De acordo com a família, ele faleceu em decorrência de complicações relacionadas a uma queda.
A morte de Lovelock foi destaque na imprensa, com manchetes em veículos como Associated Press, BBC, Guardian, Independent, NY Times, RFI e Um Só Planeta, entre outros.