03/11/2025 - 13:12
Compositor de “Trem Azul” e parceiro de Milton Nascimento morreu no domingo em decorrência de uma intoxicação por medicamentos, em Belo Horizonte. Ele tinha 73 anos.O compositor Lô Borges, um dos principais nomes da MPB e coautor do icônico álbum Clube da Esquina (1972) com Milton Nascimento, morreu na noite de domingo (02/11). Ele estava internado desde o dia 17 de outubro em um hospital de Belo Horizonte devido a uma intoxicação medicamentosa. Borges tinha 73 anos.
No último dia 25, Borges, que estava sedado, havia sido submetido a uma traqueostomia. De acordo com o boletim médico divulgado nesta segunda-feira (3/11), Lô sofreu falência múltipla de órgãos às 20h50 de domingo.
A família do músico também se pronunciou, no perfil oficial do artista, na manhã desta segunda. “Ele lutou bravamente por 17 dias, mas agora foi descansar. Sua arte viverá para sempre”, diz a publicação.
Nos últimos anos, Lô Borges estava seguindo uma movimentada agenda de shows e lançamentos. O último álbum do mineiro saiu em agosto deste ano – Céu de Giz, uma parceria com o maranhense Zeca Baleiro, cujo primeiro single leva o título Antes do Fim. Desde 2019, o artista vinha lançando um álbum de inéditas por ano.
O trabalho de mais sucesso, no entanto, foi o primeiro com o nome de Lô Borges na capa: Clube da Esquina, eleito o melhor álbum brasileiro de todos os tempos numa votação de 2022 com participação de 162 especialistas ligados.
O disco surgiu após Lô, então aos 19 anos, receber um convite de Milton Nascimento, dez anos mais velho e já consolidado no cenário musical brasileiro, para produzir um trabalho conjunto. O sucesso de Clube da Esquina catapultou a carreira de Lô, com faixas como Trem Azul, canção que chegou a ser gravada posteriormente por Tom Jobim.
O título do álbum de Milton e Lô foi inspirado nos encontros que os artistas da capital mineira faziam em uma esquina do bairro de Santa Tereza e que acabou batizando também o movimento musical mineiro que misturava a música popular brasileira com o rock inglês, incluindo figuras importantes da cena local como Beto Guedes, Flávio Venturini, Toninho Horta e o letrista Fernando Brant.
Classificando Lô como “uma das pessoas mais importantes da sua vida e obra”, Milton Nascimento lamentou a morte do parceiro nas redes sociais.
“Foram décadas e décadas de uma amizade e cumplicidade lindas, que resultaram em um dos álbuns mais reconhecidos da música no mundo: o Clube da Esquina. Lô nos deixará um vazio e uma saudade enormes, e o Brasil perde um dos seus artistas mais geniais, inventivos e únicos”, publicou o perfil oficial do artista, em um post com fotos e vídeos dos dois amigos juntos.
Lô Borges será velado nesta terça-feira (3/11), das 9h às 15h, no Palácio das Artes, no Centro de Belo Horizonte, em cerimônia aberta aos fãs e admiradores.
fc (ots)
