16/06/2025 - 17:11
O padre John forde foi morto a facadas em maio de 1336 por um grupo de homens que o cercou em frente da antiga Catedral de St. Paul, em Londres, no Reino Unido. O religioso foi assassinado por vingança a mando da aristocrata Ela Fitzpayne, apontaram pesquisadores do Medieval Murder Maps, do Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge, em um estudo publicado na “Criminal Law” em 6 de junho.
De acordo com a “Discover Magazine”, o Medieval Murder Maps é um projeto com três mapas interativos das cidades de Londres, Oxford e York do período medieval que apresenta a localização de inúmeras mortes e assassinatos ocorridos durante a idade média.
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Foram analisados mais de 100 assassinatos em textos traduzidos do latim para separar as mortes em categorias como data, motivação, armas utilizadas, vítimas e localização. Uma das mortes consideradas mais interessantes pelos pesquisadores foi a do padre John Forde.
Segundo os registros históricos, o arcebispo Simon Mepham, de Canterbury, impôs uma penitência a Ela Fitzpayne após descobrir que a aristocrata tinha cometido adultério com vários homens, incluindo cavaleiros e clérigos em ordens sacras. A nobre teria se relacionado com o padre Forde.
Como punição, foi definido que Ela Fitzpayne deveria caminhar descalça pela Catedral de Salisbury carregando uma vela de cera de dois quilos. A nobre deveria realizar esta tarefa humilhante todo outono durante sete anos, informou a “CNN Science”.
Conforme os pesquisadores, apesar de ter se relacionado com a aristocrata, o padre Forde decidiu revelar os adultérios da mulher para o arcebispo Simon Mepham.
Apesar de desafiar o arcebispo e nunca ter realizado a penitência, Ela Fitzpayne ficou com “sede de vingança” e decidiu matar o padre Forde.
Quatro anos depois de sua punição ser imposta, Forde foi morto a facadas por três homens. De acordo com testemunhas, os criminosos seriam o irmão de Ela Fitzpayne e dois servos. Além do trio, estava envolvido um capelão que distraiu a vítima com uma conversa e caminhou com ela até o local onde foi esfaqueada.
Um dos servos, identificado como Hugh Colne, foi considerado culpado pelo caso e preso em 1342. Para Manuel Eisner, professor da Universidade de Cambridge e Diretor do Instituto de Criminologia, o caso mostra como algumas mulheres no período medieval, apesar das restrições sociais, tinham autonomia e autoridade suficiente para planejar assassinatos.