21/10/2025 - 15:07
Mosquitos foram detectados pela primeira vez na Islândia, que durante muito tempo foi um dos poucos lugares na Terra livres deles, informou um pesquisador à AFP na segunda-feira (20). Matthias Alfredsson, entomólogo do Instituto de Ciências Naturais da Islândia, disse que foram encontrados três mosquitos, duas fêmeas e um macho, a cerca de 30 quilômetros ao norte da capital, Reykjavik.
“Todos foram coletados de cordas de vinho (…) que são usadas para atrair mariposas”, indicou o pesquisador em um e-mail, referindo-se a um método que consiste em adicionar açúcar ao vinho quente e mergulhar cordas ou tiras de tecido na solução, que depois são penduradas ao ar livre para atrair os insetos.
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Todos eram da espécie Culiseta annulata, detalhou.
A Islândia, junto com a Antártica, foi por muito tempo um dos poucos lugares na Terra sem população de mosquitos.
“Este é o primeiro registro de mosquitos no ambiente natural na Islândia. Há muitos anos, foi coletado um único exemplar de Aedes nigripes (espécie de mosquito ártico) de um avião no aeroporto de Keflavik”, explicou Alfredsson, acrescentando que “infelizmente, esse exemplar foi perdido”.
Segundo o pesquisador, a presença dos mosquitos poderia “indicar uma introdução recente no país, possivelmente através de navios ou contêineres”.
Ele acrescentou que os mosquitos poderiam potencialmente se espalhar pela ilha, mas que seria necessário um monitoramento adicional na primavera para determinar se “realmente se estabeleceram na Islândia”.
A mudança climática, com o aumento das temperaturas, verões longos e invernos mais amenos, cria um ambiente favorável para que os mosquitos prosperem.
No entanto, Alfredsson destaca que o clima mais quente provavelmente não é a razão do aparecimento de mosquitos na Islândia.
“Esta espécie parece estar bem adaptada a climas frios, principalmente por sua capacidade de hibernar como adulto em locais protegidos. Isso lhes permite resistir a invernos longos e rigorosos, quando as temperaturas caem abaixo de zero”, explicou.
A espécie, que é encontrada em toda a Europa, “também utiliza habitats de reprodução diversos, o que reforça ainda mais sua capacidade de persistir no desafiador ambiente da Islândia”.