31/12/2021 - 14:16
O ano de 2021 termina com 198 milhões de casos de covid-19 em todo o mundo confirmados nos últimos 12 meses. O número representa mais que o dobro dos 83 milhões de casos registrados no mesmo período de 2020. Já as mortes pela doença em 2021 chegaram a 3,5 milhões, 84% a mais que os 1,9 milhão do ano passado, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Porém, os números, embora ainda muito elevados, mostram um declínio na mortalidade do coronavírus, que foi de 2,2% em 2020 e de 1,7% neste ano. Por outro lado, a OMS admite que as cifras são conservadores, já que os números reais podem ter sido maiores devido aos muitos casos e mortes não diagnosticados.
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Nos dois anos acumulados desde o início da crise sanitária com a notificação dos primeiros casos na China à OMS, foram registrados no mundo 281 milhões de diagnósticos positivos e 5,4 milhões de óbitos.
A pandemia é uma das mais graves da história, embora seus números ainda estejam distantes dos causados pela peste bubônica em vários momentos, ou pela gripe de 1918-20, que deixou dezenas de milhões de mortes.
A pandemia atual também está passando por uma onda de aumento exponencial de diagnósticos positivos, que se acredita estar ligada à variante ômicron, com um número recorde de 1,3 milhão de casos confirmados no último dia 29, embora este “tsunami de contágios”, conforme definido por a OMS, não vem sendo acompanhada por enquanto por um aumento nas mortes.
O ano de 2021, dedicado à vacinação do maior número possível de pessoas contra a covid-19, também chega ao fim com 9,15 bilhões de vacinas administradas em todo o mundo, tendo 58% das pessoas recebido pelo menos uma dose, segundo os dados fornecidos pelas redes nacionais de saúde.
Uma dezena de países têm taxas de vacinação acima dos 80%, incluindo Emirados Árabes Unidos, Singapura, Espanha, China, Coreia do Sul, Portugal e Cuba, embora quase uma centena de nações não tenham atingido a meta estabelecida pela OMS de atingir pelo menos 40% da população vacinada em todos os territórios.
Casos na Europa
No hemisfério norte, a pandemia continua a avançar. A incidência semanal de covid-19 na Alemanha subiu hoje para 214,9 casos por 100.000 habitantes, em comparação com 207,4 de quinta-feira e 265,8 há uma semana, segundo dados do Instituto Robert Koch (RKI).
Depois de quatro semanas de declínio, este é o segundo dia consecutivo de tendência ascendente. Nas últimas 24 horas, foram registados 41.240 novos casos, contra 35.431 na sexta-feira anterior, enquanto os óbitos relacionados com a doença chegaram a 323, abaixo dos 370 notificados há uma semana.
Desde o início da pandemia, a Alemanha registou 7.150.422 infeções confirmadas pelo coronavírus SARS-CoV-2, 111.925 pessoas morreram e 6.382.900 se recuperaram.
Em termos vacinais, 71,2% da população alemã recebeu o esquema completo da vacina, 38,6% recebram a a dose de reforço e 74,2% receberam pelo menos a primeira dose.
Segundo Christian Drosten, chefe do departamento de virologia do Hospital Universitário de La Charité, em Berlim, será necessária uma quarta dose com uma vacina adaptada às características da variante ômicron. “Penso que todos precisarão de uma dose de reforço com uma vacina atualizada”, afirmou Drosten à rádio Deutschlandfunk.
O especialista alemão manifestou a sua expectativa de um aumento da incidência durante o inverno e adverte que a porcentagem de pessoas não vacinadas, mesmo entre as com mais de 60 anos, ainda é muito elevada na Alemanha. “Temos muitas pessoas não vacinadas na Alemanha, também entre os maiores de 60 anos, e estas estão naturalmente em risco”, sublinhou.
Para os vacinados, sustentou Christian Drosten, a pandemia pode terminar no próximo ano, mas ainda terão de ser considerados os não vacinados e serão necessárias algumas medidas, tais como o uso de máscaras em espaços fechados.
“Não ficaria surpreendido se no próximo inverno ainda tivéssemos de usar máscaras nos interiores. Mas penso que não teremos de novo muita pressão hospitalar”, observou.
Ainda nesta sexta-feira, autoridades francesas de saúde afirmaram que a variante ômicron é já a dominante entre as infecções por covid-19 no país, onde o vírus teve uma “progressão significativa” nos últimos dias.
“62,4% dos testes realizados mostraram um perfil compatível com a variante ômicron” no início da última semana do ano, contra 15% na anterior, segundo o último boletim semanal das autoridades de saúde, publicado na quinta-feira à noite.
Esta progressão da variante ômicron era esperada, uma vez que ela é particularmente contagiosa e já vem se tornando dominante em outros países europeus, como o Reino Unido e Portugal.
A epidemia deixou até o momento um total de 123.552 mortos na França.
JPS (EFE, Lusa, ots)