A vida pode vir em todas as formas e tamanhos, mas na natureza predominam as faixas de tamanho mais extremas, de acordo com pesquisadores da Universidade Rutgers (EUA). Uma pesquisa sobre os tamanhos dos corpos dos organismos da Terra, publicada na revista PLOS ONE, mostra que a biomassa do planeta – o material que compõe todos os organismos vivos – está concentrada em seres em cada extremidade do espectro de tamanho.

“Esta conclusão – que a vida na Terra vem predominantemente em tamanhos maiores e menores – foi uma descoberta que nos surpreendeu”, disse Malin Pinsky, professor associado do Departamento de Ecologia, Evolução e Recursos Naturais da Rutgers Escola de Ciências Biológicas e Ambientais (SEBS) da Universidade Rutgers e autor do estudo. “Às vezes parece que mosquitos, moscas ou formigas devem comandar o mundo, mas, quando fizemos as contas, descobrimos que nosso mundo é dominado por micróbios e árvores. Esses são os parceiros silenciosos que reciclam os nutrientes e reabastecem o ar ao nosso redor.”

Para obterem os resultados, os pesquisadores passaram cinco anos compilando e analisando dados sobre o tamanho e a biomassa de cada tipo de organismo vivo no planeta – desde minúsculos organismos unicelulares, como arqueas do solo e bactérias, até grandes organismos, como baleias-azuis e sequoias. Eles descobriram que o padrão que favorece organismos grandes e pequenos se manteve em todos os tipos de espécies e foi mais pronunciado em organismos terrestres do que em ambientes marinhos.

Faixa estreita

“Os maiores tamanhos corporais aparecem em vários grupos de espécies, e seus tamanhos corporais máximos estão dentro de uma faixa relativamente estreita”, disse Eden Tekwa, principal autor do estudo, que conduziu a pesquisa primeiro como pós-doutorado na Universidade Rutgers, depois na Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá). Katrina Catalano, outra autora do estudo, conduziu pesquisas como doutoranda no Departamento de Ecologia, Evolução e Recursos Naturais da Universidade Rutgers.

“Árvores, gramíneas, fungos subterrâneos, manguezais, corais, peixes e mamíferos marinhos têm tamanhos corporais máximos semelhantes”, acrescentou Tekwa, agora pesquisador associado do Departamento de Biologia da Universidade McGill (Canadá). “Isso pode sugerir que existe um limite de tamanho superior universal devido a limitações ecológicas, evolutivas ou biofísicas.”

De acordo com os pesquisadores, os humanos pertencem à faixa de tamanho que compreende a maior biomassa, que é um tamanho corporal relativamente grande. O trabalho abre as portas para uma melhor compreensão dos processos elementares da vida.

“O tamanho do corpo é uma característica fundamental da vida, governando tudo, desde taxas metabólicas até taxas de natalidade e tempos de geração”, disse Pinsky. “Catalogar quais tamanhos de corpo são mais comuns é um passo fundamental para entender o mundo ao nosso redor.”