16/02/2021 - 11:48
Microchips ainda menores podem ser feitos de grafeno e outros materiais 2D, usando-se uma forma de “nano-origami”, descobriram físicos da Universidade de Sussex (Reino Unido). Esta é a primeira vez que um pesquisador consegue esse feito. A novidade é abordada em artigo publicado na revista “ACS Nano”.
Ao criarem dobras na estrutura do grafeno, pesquisadores da Universidade de Sussex fizeram o nanomaterial se comportar como um transistor. Eles também mostraram que quando uma tira de grafeno é enrugada dessa forma, pode se comportar como um microchip, com tamanho cerca de 100 vezes menor do que os microchips convencionais.
“Estamos criando dobras mecanicamente em uma camada de grafeno. É um pouco como um nano-origami”, afirmou o professor Alan Dalton, da Escola de Ciências Matemáticas e Físicas da Universidade de Sussex. “O uso desses nanomateriais tornará nossos chips de computador menores. É absolutamente crítico que isso aconteça, pois os fabricantes de computadores estão agora no limite do que podem fazer com a tecnologia de semicondutor tradicional.”
Rapidez ultramultiplicada
Dalton acrescentou: “Em última análise, isso tornará nossos computadores e celulares milhares de vezes mais rápidos no futuro. Esse tipo de tecnologia (…) permite espaço para mais chips dentro de qualquer dispositivo. Tudo o que queremos fazer com computadores – para acelerá-los – pode ser feito amassando-se o grafeno como nesse caso”.
O dr. Manoj Tripathi, pesquisador de materiais nanoestruturados da Universidade de Sussex e autor principal do artigo, disse: “Em vez de adicionar materiais estranhos a um dispositivo, mostramos que podemos criar estruturas de grafeno e outros materiais 2D simplesmente adicionando dobras deliberadas à estrutura. Ao fazermos esse tipo de ondulação, podemos criar um componente eletrônico inteligente, como um transistor ou uma porta lógica”.
O desenvolvimento é também uma tecnologia mais verde e sustentável. Como nenhum outro material precisa ser adicionado e como esse processo funciona em temperatura ambiente em vez de altas temperaturas, ele usa menos energia no seu decorrer.